Economia

Analistas se deixaram contaminar por barulheira política, diz Guedes em evento do BTG

22 fev 2022, 10:35 - atualizado em 22 fev 2022, 10:35
O ministro foi entrevistado pelo economista-chefe do BTG, Mansueto Almeida (Reprodução/BTG Pactual)

O ministro da Economia Paulo Guedes participou na manhã desta terça-feira (22) da abertura do evento CEO Conference, promovido pelo BTG Pactual.

Entrevistado pelo economista-chefe do banco, Mansueto Almeida, no painel Perspectiva Econômica Brasileira, Guedes iniciou sua fala destacando o que foi feito pelo governo federal sob a sua gestão na Economia.

O ministro disse o governo conseguiu conduzir uma “revolução silenciosa”, com a aprovação de reformas – “uma atrás da outra”, inclusive a da Previdência – e projetos que vão atrair investimentos para o país, como o leilão do 5G e a aprovação do marco regulatório do saneamento básico.

O ministro criticou o que seria a “barulheira política” que atrapalharia o andamento do processo e destacou, ainda, que os analistas se deixaram contaminar pela tal barulheira ao realizarem as suas projeções.

“Anunciamos o primeiro superávit consolidado em oito anos. Quanto aos investimentos, houve uma revolução silenciosa no Brasil. Toda informação tem ruído. O Brasil tem o barulho político, acima da superfície, uma confusão imensa. Só que embaixo está acontecendo uma revolução”.

Guedes pediu “honestidade intelectual” por parte daqueles que criticam o governo e ainda declarou que o “julgamento será da história”.

“Todo mundo diz que a pandemia foi a pior crise humanitária da história, tem uma dimensão trágica e dramática”, disse. “Quando chega na economia, é o ministro Paulo Guedes que não fez.

“Fizemos reformas em um quase naufrágio da economia. (…) Desonestidade intelectual, militância política, falta de objetividade na análise do que está acontecendo no Brasil”.

No cenário de pandemia, Guedes citou em mais de um momento que o governo fez em tempos de guerra o que nenhum outro teria feito em “tempos de paz”, cujos avanços de 15 anos teriam sido realizados em 16 meses de governo.

Apoio de Lira

O ministro elogiou, por mais de uma vez, a parceira com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), de quem teria grande apoio para a aprovação de reformas — que empacariam no Senado Federal.

“Nós temos avançado muito, ele queria avançar com a reforma administrativa, ele aprovou uma reforma que ia criar 2 milhões de novos empregos [MP do Contrato Verde e Amarelo]. Temos programas que deram certo”.

Apesar do cenário de dificuldade para todas as economias do mundo, o ministro diz que a economia brasileira tem vigor. Exemplo disso seria a redução do desemprego, que hoje está em 11%.

Pandemia

Guedes destacou, por mais de uma vez, o assistencialismo à população mais pobre durante a pandemia da Covid-19.

Com milhões de brasileiros desempregados, o ministro avalia como trunfo do governo Bolsonaro a transferência direta de renda por meio do auxílio emergencial, que ofereceu uma renda mínima básica aos brasileiros.

“Há duas lições que a pandemia deixou: não há substituto para a boa política – é entrar e assumir o orçamento. E, em segundo, que o grau de desigualdade pode ser removido relativamente rápido”.

Ainda que o discurso nem sempre seja palatável mercado, Guedes defendeu a transferência de renda a fim de se diminuir as desigualdades.

“É o conceito de renda básica. Dar o dinheiro para o pobre, ‘ah, ele vai fazer besteira’. Que preconceito é esse? 99% vai fazer a casa própria, buscar uma escola melhor par ao filho, eles vão fazer a coisa certa”.

O ministro ainda indicou que as privatizações podem ser benéficas para essa parcela da população, a partir do momento em que 20% do que foi arrecadado pode ser injetado no fundo de erradicação da pobreza.

Projeções para 2022

Por mais de uma vez, o ministro criticou os analistas que estariam errando as projeções sobre o crescimento da economia brasileira. Guedes afirmou que eles seguirão errando, e que o ano de 2022 será de bastante trabalho para a Economia.

“Quero agradecer aos presidentes da Câmara e do Senado, que quando voltaram do recesso, que disseram: ‘Vamos quebrar esse paradigma de que em ano de eleição não tem reforma. Vamos enfrentar as eleições trabalhando’ (…) Nós vamos reduzir a inflação esse ano e vamos rever o crescimento durante o ano inteiro para cima”.

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Jornalista paulistana formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e editora do Money Times. Passou pelas redações da CNN Brasil e TV Globo como produtora, VOCÊ S/A e VOCÊ RH como repórter e Exame.com como redatora estagiária.
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