BusinessTimes

Aplicativos de fintechs disparam, mas clientes de bancos tradicionais são mais fiéis

09 abr 2020, 10:47 - atualizado em 09 abr 2020, 10:47
Fintech Tecnologia
As fintechs e os bancos digitais ainda têm um grande espaço para crescer no país, movimento que será catalisado pelo isolamento social provocado pelo coronavírus (Imagem: Unsplash/@jonasleupe)

O Brasil chegou à impressionante marca de 800 milhões de aplicativos financeiros baixados nos últimos três anos, na esteira da intensa proliferação das fintechs, mas as plataformas online ainda estão longe de atingir o mesmo nível de fidelidade dos clientes de bancos tradicionais, segundo um estudo.

De acordo com o levantamento, feito pela empresa de medição de performance de marketing digital AppsFlyer, entre 2017 e 2019 o ritmo de downloads de aplicativos de serviços financeiros cresceu 4,5 vezes, diante da multiplicação de fintechs, bancos digitais e dos serviços dos próprios grandes bancos de varejo.

Segundo o estudo, o Brasil se tornou o terceiro maior mercado do mundo em número de aplicativos financeiros baixados, respondendo por 8,5% de todas as instalações aplicativos no país, mais do que o dobro da taxa global.

O levantamento inclui 350 aplicativos, contemplando pagamentos, investimentos, gestão financeira, transferência de recursos e seguros, entre outros.

A rápida disseminação dos aplicativos financeiros teve como pano de fundo a popularização dos bancos digitais, com oferta de isenção de tarifas e juros mais baixos para empréstimos do que os cobrados no bastante concentrado sistema financeiro tradicional.

Apesar da enorme quantidade de downloads, a AppsFlyer detectou que o universo atual de usuários ativos de serviços financeiros por aplicativos financeiros é de cerca de 60 milhões de pessoas, considerando aqueles que fizeram ao menos uma transação num período de 60 dias.

AlphaCredit Finanças Startup Mulheres Tecnologia
A conclusão é óbvia: os aplicativos financeiros no Brasil que não estão se protegendo provavelmente estão desperdiçando seu orçamento de forma significativa (Imagem: LinkedIn/AlphaCredit)

Os números também mostram que cerca de 40% dos downloads de aplicativos financeiros executados foram fruto de anúncios em redes sociais que já tinham um link para baixar o aplicativo.

Segundo os autores do estudo, as fintechs e os bancos digitais ainda têm um grande espaço para crescer no país, movimento que será catalisado pelo isolamento social provocado pelo coronavírus e pela entrada em vigor do open banking, prevista para o final deste ano.

No entanto, os números qualitativos têm mostrado que a lealdade dos clientes no longo prazo é um desafio para quem não é um banco tradicional.

“Não é de surpreender que os bancos tradicionais tenham a melhor retenção, pois seus usuários verificam regularmente o saldo da sua conta bancária e obtêm outras informações”, diz um trecho do relatório.

Para ampliar a qualidade de captação de clientes, os participantes do mercado têm investido mais em ferramentas digitais, o que tem ajudado a ampliar o chamado custo de aquisição de cliente, que chegou a cerca de 2,50 dólares em dezembro, mais do que o dobro em relação a janeiro.

Outro ponto de atenção para os novos entrantes, segundo a AppsFlyer, é o alto índice de fraudes. De acordo com a companhia, três de cada quatro dos aplicativos financeiros instalados no Brasil têm taxa de fraude de instalação superior a 30%.

Tecnologia Mulheres Computador
Para ampliar a qualidade de captação de clientes, os participantes do mercado têm investido mais em ferramentas digitais (Imagem: Facebook/Toshiba Brasil)

“A conclusão é óbvia: os aplicativos financeiros no Brasil que não estão se protegendo provavelmente estão desperdiçando seu orçamento de forma significativa”, disse Marlon Luft, diretor de marketing Latam da AppsFlyer no Brasil.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.