Política

Apoio do PP a Lula passa por reeleição de Lira na Câmara, diz presidente do partido

31 out 2022, 17:56 - atualizado em 31 out 2022, 17:56
Arthur lira
“Ao presidente eleito, a Câmara dos Deputados lhe dá os parabéns e reafirma o compromisso com o Brasil, sempre com muito debate, diálogo e transparência” (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O apoio do PP ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva passa pelo respaldo do novo governo à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados, disse o presidente em exercício do partido e deputado federal reeleito, Cláudio Cajado (BA).

O PP é um dos principais partidos da base de apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro, derrotado por Lula no segundo turno da eleição presidencial no domingo. Atualmente ocupa a pasta da Casa Civil com o senador e presidente licenciado da legenda, Ciro Nogueira (PI).

Lira apoiou e fez campanha para Bolsonaro nas eleições.

“A gente trabalha com essa vertente, manter o presidente Arthur Lira como presidente da Câmara, isso sempre foi colocado e é um direito que ele tem de continuar à frente da presidência e obviamente isso deve ser posto em qualquer tipo de conversa (de apoio ao governo Lula)”, disse Cajado à Reuters.

O presidente do PP ressalvou que não está antecipando ou provocando qualquer tipo de acontecimento e que as conversas sobre o assunto devem ocorrer até a próxima semana.

Cajado afirmou que, para se iniciar um diálogo, é preciso haver um convite e uma manifestação de interesse do governo Lula em contar com o PP. Se isso ocorrer, deverá ser levado para avaliação das instâncias partidárias.

“Então, isso depende principalmente do governo eleito, do presidente Lula, que precisa se manifestar para que a gente através do partido, da Executiva, avalie e analise”, afirmou ele, ao destacar que o PP é um “partido importante” e saiu das urnas no Congresso tendo eleito 47 deputados federais e uma bancada forte no Senado.

“Nós não sabemos se haverá ou não o convite de Lula para integrar o governo, de que forma isso se daria. Como não houve nenhuma manifestação ou fala”, ponderou ele.

Após o primeiro turno da eleição, dirigentes do PP e do União Brasil iniciaram tratativas que devem levar à fusão das duas legendas, o que, se ocorrer, geraria o partido com mais parlamentares tanto na Câmara como no Senado, com potencial, inclusive, de ocupar as presidências das duas Casas.

Nesta segunda, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que Lula deve apoiar a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ao comando do Senado.

Cajado lembrou que o PP já compôs diversos governos desde as gestões petistas até Bolsonaro. A legenda já teve sob Lula e Dilma o comando do extinto Ministério das Cidades.

O dirigente também disse que não é possível saber se haveria algum tipo de veto sobre Lira e que as conversas começam agora com a volta dos trabalhos em Brasília.

No domingo, o presidente da Câmara parabenizou, sem citar nominalmente, Lula pela vitória na disputa em segundo turno pelo Palácio do Planalto, e afirmou que o resultado das eleições não deve ser questionado. Ele reafirmou a lisura do processo de manifestação da vontade popular, mas defendeu que não haja “revanchismos” ou “perseguições”.

“Ao presidente eleito, a Câmara dos Deputados lhe dá os parabéns e reafirma o compromisso com o Brasil, sempre com muito debate, diálogo e transparência”, disse.

A fala de Lira foi vista como uma tentativa de distensionamento das relações entre ele e Lula. Os dois tiveram embates durante as eleições após o petista ter dito que, se eleito, pretende acabar com o orçamento secreto, forma de repasse de emendas parlamentares que dificulta a identificação do beneficiário, no que foi rebatido pelo presidente da Câmara.

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