Coluna da Yolanda Fordelone

Aposentadoria: Veja quais investimentos apostar para compor uma carteira previdenciária

07 mar 2024, 15:32 - atualizado em 07 mar 2024, 15:32
aposentadoria - como render mais investimentos
Veja os ativos que podem entrar na sua carteira previdenciária, com as vantagens e desvantagens de cada um. (Imagem: Canva Pro)

Nos investimentos devemos pensar mais em “e” do que em “ou”. Frequentemente sou questionada nas redes sociais se o melhor é investir em CDBs ou Tesouro Direto, ações ou fundos imobiliários, previdência privada ou Tesouro, entre outros.

São travadas verdadeiras batalhas entre os investimentos, quando, na verdade, eles deveriam estar lutando do mesmo lado do campo de batalha. O objetivo, afinal, é um só: garantir uma aposentadoria confortável.

É possível montar uma carteira não com uma classe de ativos, mas com algumas. Aliás, esse é o mais indicado, pois assim você equilibra o risco-retorno, aumentando o potencial de ganhos e diminuindo os riscos de perdas significativas.

Pensando nisso, vou listar os ativos que podem entrar na sua carteira previdenciária, com as vantagens e desvantagens de cada um.

Aposentadoria: Veja os prós e contras de cada tipo de investimento

INSS

Já se assustou de cara, aposto. A previdência pública pode, sim, compor a sua renda futura. O benefício de contribuir vai além da aposentadoria. Se precisar se afastar temporariamente, por exemplo, pode contar com um auxílio.

O problema do INSS não é contar com ele no futuro, mas apostar todas as fichas só nessa renda. Isso porque a conta está longe de fechar: há cada vez menos jovens e, por consequência, força de trabalho sustentando o sistema previdenciário.

Por outro lado, há mais idosos se aposentando e indo além da expectativa de vida de 80 anos (muitos de nós viveremos até os 100 anos).

Com isso, o valor do benefício tende a ser ainda baixo no futuro. Dá para contar com o INSS, mas com certeza não ser totalmente dependente dele.

Tesouro Direto

Na renda fixa pública, há pelo menos dois caminhos para receber uma renda constante. O primeiro é investir em títulos com juros semestrais que, como o próprio nome entrega, pagam juros a cada seis meses. Há tanto uma opção com juro prefixado como alternativas que acompanham inflação.

Não vejo grandes desvantagens nestes investimentos. Nos primeiros pagamentos, você irá pagar um imposto de renda maior, já que eles ocorrem antes de dois anos e a aplicação segue a tabela clássica de imposto da renda fixa. O fato, porém, não chega a ser uma desvantagem, já que na maior parte das opções de renda fixa também haveria imposto de renda.

A segunda opção de renda regular é o Tesouro Renda. Nesta aplicação, você recebe um fluxo de pagamento mensal, durante 20 anos, sempre corrigido pela inflação. A grande vantagem é ter na carteira um aliado contra esse grande inimigo do investidor brasileiro: a inflação.

Renda fixa privada

Febre entre assessores de investimentos, debêntures, CRIs e CRAs são investimentos de renda fixa sem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Por não ter esse “seguro”, embutem maior risco e de fato pagam uma remuneração maior que o Tesouro Direto e CDBs.

Muitas corretoras têm oferecido esse título como forma de aumentar a rentabilidade da carteira em um cenário de queda de juros. A rentabilidade nesses investimentos muitas vezes pinga mensalmente na conta do investidor.

O grande problema: se a empresa para quem você emprestou dinheiro falir, você toma calote de 100% do dinheiro que investiu. Por isso, hoje em dia tenho preferido fundos de crédito privado ao invés de aplicar diretamente nos investimentos. Os fundos trazem diversificação e uma boa seleção de ativos em uma tacada só.

Fundos imobiliários

Queridinhos do investidor pessoa física na bolsa, os FIIs em sua maioria pagam lucro mensalmente. A regra fala que é obrigatório o rateio de 95% do lucro entre os cotistas a cada seis meses, mas, na prática, a maioria faz pagamentos mensais.

Isso é uma grande vantagem, pois permite ao investidor aposentado um melhor controle do fluxo de renda e gastos. Nossos boletos são pagos mensalmente e não a cada seis meses. A periodicidade dos FIIs acaba casando bem com os compromissos. Além disso, os dividendos dos FIIs são isentos de imposto de renda.

Uma desvantagem é que tanto a cota quanto o pagamento de dividendos costumam oscilar pouco. Alguns encaram como um benefício, mas se você está na fase de acumular patrimônio, talvez isso desacelere o processo.

Ações

Na mesma linha dos fundos imobiliários, as ações pagam dividendos fruto do lucro das empresas. A proporção, porém, é muito menor. Em geral, 20% do lucro é distribuído como dividendo que, assim como nos fundos imobiliários, é isento de imposto de renda.

Como vantagem também está o fato do potencial de valorização da ação caso a empresa esteja em crescimento. A desvantagem é não haver uma regularidade. Há empresas que distribuem mensalmente, outras trimestralmente (o mais comum).

Investimentos internacionais

Assim como no Brasil, no exterior também é possível encontrar ações, fundos imobiliários e renda fixa que pagam rendimentos periódicos.

A grande vantagem é ter parte da carteira atrelada ao dólar, moeda forte e que historicamente ganha valor frente ao real.

Vale repetir: todo investimento traz prós e contras e cabe ao investidor fazer um equilíbrio entre as classes, considerando inclusive ter todas elas na carteira da aposentadoria.

Jornalista e economista. Já atuou em redações de jornal, fintech e faculdade de economia. Atualmente cria conteúdos no canal Econoweek, além de compartilhar sua rotina financeira no Instagram
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