Internacional

Argentina em xeque: Mercados devem entrar em pânico e peso pode cair até 25%

12 ago 2019, 7:24 - atualizado em 12 ago 2019, 13:38
Resultado das eleições primárias preocupam investidores (Imagem: Bloomberg)

Atualizada às 13h38 

As eleições primárias na Argentina apontaram para maioria da chapa formada por Alberto Fernandez e sua aliada Cristina Fernandez de Kirchner, em detrimento de votos para o atual governo Mauricio Macri.

Diante da provável vitória da chapa mais heterodoxa, os eurobonds da Argentina de 2028 apresentam forte alta no rendimento, subindo mais de um ponto percentual para 11,89% – patamar mais elevado da série histórica.

A Amherst Pierpont Securities sinalizou possível “pânico” quando o mercado local abrir. Já Carolina Gialdi, analista de renda fixa do BTG Pactual Argentina, ressaltou que a vitória da chapa heterodoxa é “muito negativa para os mercados”.

“Provavelmente os mercados precificarão isso assim como se fosse uma vitória de Alberto Fernandez”, completou, conforme apurado pela reportagem da Bloomberg.

25%

A equipe de análise do BTG Pactual Argentina projeta que o peso pode apresentar queda de até 25% nesta sessão, com baixa de 20% no valor de face dos títulos argentinos.

Por fim, Gialdi projetou ainda que o banco central provavelmente não interferirá no câmbio, porque “seria um completo desperdício de reservas internacionais”.

Ajuste

Para James Barrineau, head de renda fixa para mercados emergentes da Schroders, o final da volatilidade ainda não deverá chegar. “Não esperava que o fim do poço seria agora, mas vamos ajustar claramente as posições para maior probabilidade de vitória de Fernandez se estes resultados se mantiverem”, afirmou.

Já Julian Rimmer, trader do Investec Bank, destacou que a volatilidade no universo de moedas emergentes possa ter sido “novamente subjugada”. “Uma crise na Argentina pode elevar temores em outras moedas mais frágeis, como a lira turca e o rand sul-africano”, disse.

Por sua vez, o estrategista-chefe da SEB AB para mercados emergentes Per Hammarlund acredita em efeito temporário. “Os impactos em mercados emergentes será notável, mas dado que muitos investidores de mercados emergentes se mantiveram cautelosos em adicionar posições na Argentina”, completou.

Surpresa

O analista Abhijit Surya, da Economist Intelligence Unit, avalia que não existe como tapar o sol com a peneira. “Não acredito que há alguma forma de adocicar isso. Provavelmente o que veremos é pânico nos mercado”, afirmou à CNBC.

Em linha, Jimena Blanco, head de Americas da consultoria de risco Verisk Maplecroft, disse estar surpresa com o resultado, tendo em vista que pesquisas anteriores indicavam menor diferença de votos entre as duas chapas existentes.

Além disso, Blanco destaca a dificuldade na reestruturação fiscal portenha. “A coisa número um a se verificar é que os argentinos não querem a austeridade”, disse.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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