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As armas da Shopee para bater o Magalu (MGLU3), Mercado Livre e Americanas (AMER3) no Brasil

10 jun 2022, 12:25 - atualizado em 10 jun 2022, 12:33
Shopee
A Shopee chegou ao Brasil se destacando no varejo online, impactando outros grandes nomes do setor (Imagem: Shutterstock/shutter_o)

O mercado de e-commerce é disputado aos tapas no Brasil.

Com perspectivas de crescimento nos próximos anos, as compras onlines aqui no país tiveram um enorme salto durante a pandemia, mas ainda possui “buracos”.

Segundo o Banco Safra, a penetração da internet no Brasil é de 81%, inferior ao do JapãoEuropa EUA. Além disso, há o potencial dos pequenos varejistas serem integrados ao marketplace das empresas.

Um outro relatório da E-commerce Latam, publicado pela PayU, fintech que desenvolve soluções financeiras, mostrou que o Brasil possui o maior e mais desenvolvido comércio eletrônico da América Latina, com quase US$ 40 bilhões processados anualmente e projeções próximas a US$ 60 bilhões entre 2021 e 2022.

Já dados do eMarketer revelou que o país será o maior mercado de varejo eletrônico da América Latina. Ou seja, motivos não faltam para se investir aqui.

Pedra no sapato do Magazine Luiza

Uma das pioneiras em explorar esse rico mercado foi o Magazine Luiza (MGLU3). A empresa, fundada ainda na década de 50, conseguiu, como poucas, navegar pelos mares do e-commerce nos últimos anos — e colheu os frutos na Bolsa, com a ação disparando mais de 200% em cinco anos.

Porém, uma tempestade perfeita, misturando alta dos juros com elevação da concorrência, fez com que ação despencasse 92% em pouco menos de um ano. E um dos motivos para a decorrocada foram justamente as novas entrantes, como a Shopee.

Um exemplo prático dessa concorrência é número de downloads de aplicativos. Segundo o UBS, a companhia liderou o número em abril, apesar de ter desacelerado o ritmo.

Outro estudo realizado pelo mobiletime/opinion box que considerou 1.897 consumidores digitais no Brasil, o Shopee ficou em primeiro lugar.

Quando perguntados “Qual aplicativo você mais usa em seu smartphone para fazer compras online?”, 21% dos entrevistados responderam Shopee, seguido por iFood.

Números da Shopee

Apesar de não abrir os números no Brasil, no primeiro trimestre, a controladora da Shopee, a Sea Limited, com ações listadas em Singapura, teve elevação de 64% na receita e US$ 1,5 bilhão. Mesmo assim, a companhia fechou o período com prejuízo de US$ 580 milhões.

Aqui no Brasil, empresários, como Luciano Hang, dono das lojas Havan, e representantes de associações de comércio levaram ao alto escalão do governo denúncias contra plataformas on-line que realizam a importação e venda de produtos da China a pessoas físicas no Brasil.

Porém, o presidente Jair Bolsonaro negou que vá assinar medida provisória (MP) para taxação de compras por aplicativos.

“Não assinarei nenhuma MP para taxar compras por aplicativos de comércio virtual como ShopeeAliExpressShein, etc como grande parte da mídia vem divulgando”, afirmou Bolsonaro em publicações em suas redes sociais.

Veja a seguir a entrevista exclusiva concedida ao Money Times

Money Times: Qual a estratégia da Shopee para se diferenciar no disputado mercado de e-commerce brasileiro?

Shopee: Temos como propósito construir um ecossistema inclusivo que torna a compra e a venda acessíveis para todos.

Além do diferencial de sermos uma empresa que já nasceu no app, temos um olhar hiper localizado em tudo o que fazemos, desde a atração dos vendedores brasileiros que já passam de 2 milhões registrados em nossa plataforma, quanto no conteúdo e ações de marketing.

Para vendedores, acreditamos que o forte comprometimento da Shopee para apoiar vendedores e comunidades brasileiras tem atraído cada vez mais empreendedores e marcas para o nosso marketplace.

Para consumidores, além da experiência fácil, segura e divertida, campanhas engajantes e uma variedade de produtos em mais de 30 categorias de vendedores nacionais e internacionais. Temos sempre os Dias Shopee em cada mês (geralmente as datas duplas como 7.7, 8.8, 10.10, entre outros) em que oferecemos benefícios adicionais como cupons de descontos e de frete grátis aos nossos usuários durante nossas campanhas de marketing com o foco bem local.

A gamificação também faz parte da experiência Shopee e é nossa maneira de levar diversão e mais descontos (cashback) com as Moedas Shopee, que podem ser acumuladas em compras de vendedores Indicados e das grandes marcas da Shopee Oficial, em jogos como Shopee Pets, Shopee Candy, Shopee Recompensas Diárias entre outros e a cada vez que o consumidor deixa um comentário/avaliação sobre sua compra ou avisa sobre o recebimento dos produtos.

Outro diferencial da Shopee é como nos engajamos com os nossos usuários. Temos um relacionamento próximo tanto dos nossos vendedores como consumidores.

A quantidade de seguidores (mais de 10 milhões) em nossas redes sociais mostra como temos agradado. Além do conteúdo customizado para os brasileiros, lançamos recentemente nosso mascote, o Shopito, que é um vira-lata caramelo e representa muito bem nosso país por ser carinhoso, caloroso, estiloso, bem-humorado e amigável.

Money Times:  Qual a expectativa de investimentos aqui no Brasil?

Shopee: A Shopee não abre números de futuros investimentos, mas o Brasil é um mercado importante para a Shopee.

Nossa equipe local atualmente está focada em compreender as necessidades de nossas comunidades e avaliar como podemos aplicar nossa experiência global para ajudar mais pequenas empresas do Brasil a se beneficiarem do crescimento da economia digital. Esse objetivo está em linha com nossa missão de melhorar vidas por meio da tecnologia.

Em pouco mais de dois anos de operação no Brasil (temos operação local desde 2019, incluindo CNPJ na cidade de São Paulo), a empresa já tem mais de 2 milhões de vendedores brasileiros registrados, reforçando o compromisso da empresa com o desenvolvimento do empreendedorismo local e mais de 1.500 colaboradores no país.

Recentemente, também inauguramos nosso segundo escritório em São Paulo.

Money Times: O sistema de logística é apontado por analistas como um entrave para novas entrantes estrangeiras, como a Shopee. Enxergam isso como um desafio? Se sim, como estão trabalhando para superar esse possível entrave?

Shopee: Estamos continuamente melhorando nossa operação logística e contamos com armazém na modalidade cross-docking para ajudar nossos parceiros logísticos a otimizar a coleta e entrega de produtos de vendedores locais aos consumidores no Brasil.

Para trazer uma entrega mais assertiva, a Shopee conta com mais de 10 operadores logísticos parceiros no Brasil em toda a sua cadeia.

Money Times: Outro entrave levantado seria os riscos regulatórios, com empresas brasileiras aumentando a pressão contra venda de produtos piratas na plataforma. Como lidam com a pirataria na plataforma?

Shopee: Primeiramente, gostaria de esclarecer que a Shopee está presente no Brasil desde 2019 (com CNPJ) e sede na cidade de São Paulo, como comentei anteriormente.

Mais de 85% das vendas na plataforma são de vendedores locais, incluindo PMEs e marcas. Estamos em conformidade com as leis e regulamentos e também exigimos que nossos vendedores estejam em conformidade com os regulamentos locais e nossas próprias políticas.

Também tomamos medidas proativas para educar os vendedores em nossa plataforma para ajudá-los a cumprir melhor as regulamentações e políticas relevantes. A Shopee leva isso muito a sério.

Nosso marketplace incorpora vários recursos desenvolvidos para proteger ainda mais a comunidade Shopee e criar confiança entre vendedores e consumidores, como a Garantia Shopee, que retém o pagamento do vendedor até que o consumidor receba o produto como esperado, uma equipe local dedicada ao atendimento dos usuários, mecanismos automáticos para busca de anúncios irregulares, canais de denúncia para usuários e marcas (inclusive incentivamos que marcas nos avisem sobre qualquer produto que infrinja propriedade intelectual em nossa plataforma.

Assim que enviam os documentos, removemos imediatamente produtos e dependendo da situação, até vendedores. Possuímos ainda a seção Shopee Oficial com grandes marcas como L’oreal, Nivea, Motorola, Multilaser, Nestlé, Huawei, Colcci Underwear, entre outras para trazer ainda mais tranquilidade na experiência dos nossos consumidores.

Money Times: Em que patamar a empresa espera estar aqui no Brasil daqui 5 anos?

Shopee: Não abrimos projeções futuras, mas a Shopee tem um forte comprometimento para apoiar vendedores e comunidades brasileiras e pretende conectá-los a cada vez mais consumidores.

Money Times: Como observam a pressão de players brasileiros para aumentar a tributação de produtos exportados? Isso é um risco para as operações?

Mais de 85% das nossas vendas são de vendedores brasileiros. Desde o início das nossas operações, temos um compromisso em desenvolver o empreendedorismo local e conectar vendedores e grandes marcas a consumidores brasileiros. Estamos abertos a colaborar com o Governo e com os órgãos reguladores, e reforçamos o compromisso de apoiar o desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil.

Money Times: Como surgiu e se desenvolveu a ação dos dias Shopee do mês?

Shopee: Essa estratégia é uma tradição global da Shopee para facilitar nossos usuários a memorizarem o dia que concentramos mais benefícios na plataforma.

No Brasil, incorporamos essa ideia em nossas campanhas de marketing e passamos a usar os Dias Shopee como a data mais forte. Esses dias são em sua maioria nas datas duplas, mas adaptamos quando há outro dia relevante como foi em março, quando tivemos o Dia do Consumidor no dia 15.3 e o dia 3.3 foi o lançamento da campanha.

Agora em junho, o Dia Shopee será 12.06. Já 6.6, será um dia importante para grandes marcas de Shopee Oficial.

Money Times: Quais são as estratégias para a Shopee se manter superando outros marketplaces, como fez com a Magalu?

Shopee: Estamos focados em construir um ecossistema inclusivo que torna a compra e a venda acessíveis para todos.

Queremos agregar e trazer cada vez mais consumidores e vendedores para o e-commerce por meio de uma experiência fácil, segura e divertida.

O e-commerce tem uma penetração relativamente baixa no varejo brasileiro, então acreditamos que teremos vários vencedores no mercado.

Como Shopee, queremos ajudar a melhorar a renda dos vendedores brasileiros e atender melhor os consumidores locais.

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