Atos Antidemocráticos

Bolsonaro sobre ataques em Brasília: “Repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas”

08 jan 2023, 23:19 - atualizado em 08 jan 2023, 23:20
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Faltou combinar com a turma: Bolsonaro nega responsabilidade em ataques de bolsonaristas em Brasília neste domingo (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos desde 30 de dezembro, utilizou as redes sociais para negar qualquer envolvimento com os ataques de bolsonaristas às sedes dos três poderes, em Brasília, neste domingo (8).

Em sua conta no Twitter, Bolsonaro afirmou que “ao longo do meu mandato, sempre estive dentro das quatro linhas da Constituição respeitando e defendendo as leis, a democracia, a transparência e a nossa sagrada liberdade.”

Em seguida, acrescentou: “repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do executivo do Brasil.” Bolsonaro se referia ao rápido pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feito nesta tarde, em Araraquara (SP), onde estava para avaliar os estragos causados pelas fortes chuvas que atingiram a região nos últimos dias.


Aos jornalistas, Lula prometeu investigar e punir os envolvidos nos ataques ao Palácio do Planalto, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso. Sem citar nominalmente Bolsonaro, Lula referiu-se ao antecessor como “genocida” e afirmou que o ex-capitão incentivou, em diversos momentos, agressões a representantes do Judiciário e do Legislativo, bem como inflamou seus apoiadores mais radicais ao colocar em dúvida os resultados das eleições de outubro.

Ainda pelo Twitter, Bolsonaro equiparou as invasões e a depredação das sedes dos três poderes, hoje, às manifestações “da esquerda em 2013 e 2017”.

Ataques em Brasília: Entenda o que houve neste domingo (8)

Manifestantes invadiram e depredaram neste domingo (8) as sedes dos Três Poderes em Brasília. Os prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional foram alvos de atos antidemocráticos promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A invasão começou pelo Congresso (veja vídeos). Depois, os protestos continuaram, com cenas de vandalismo e violência no STF (veja vídeos) e também no Palácio do Planalto (veja vídeos).

Vestidos de verde e amarelo, os bolsonaristas pediam uma intervenção militar.  O episódio fez lembrar o ocorrido em 6 de Janeiro de 2021 no Capitólio dos Estados Unidos.

E o temor era de que os atos deste 8 de Janeiro de 2023 em Brasília criassem o mesmo clima de insurreição, por serem algo sem precedentes desde a redemocratização.

Lula decreta intervenção e AGU manda prender

Em reação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou uma intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal. O decreto é válido até o dia 31 deste mês e foi feito cerca de três horas e meia após os atos antidemocráticos em Brasília.

Segundo Lula, “todas as pessoas serão encontradas e punidas”. Mais que isso, o presidente afirmou que é preciso descobrir quem financia tais atos.

“Vamos descobrir quem pagou isso”, emendou. Lula estava fora de Brasília e cumpria agenda oficial na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, onde originalmente falaria sobre os afetados pelas fortes chuvas na região.

Além disso, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao STF a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro Anderson Torres. A AGU também pediu a imediata desocupação de todos os prédios públicos federais, com prisão em flagrante dos envolvidos.

Ataques em Brasília: Veja como ficou o Palácio do Planalto, após ser depredado por bolsonaristas


(Com Olívia Bulla)

 

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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