Consumo

Atenção com trabalho e renda alimenta preços de itens básicos e chegam ao produtor

10 abr 2020, 10:23 - atualizado em 11 abr 2020, 14:40
População está buscando compras mais magras, mas preços sobem assim mesmo nos itens básicos (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

Algumas informações sobre preços de gêneros alimentícios começam a dar uma ideia do comportamento de parte da população no período de distanciamento social. Até o momento, sugerem que a preocupação com as condições de trabalho e renda têm levado as famílias a comprarem produtos mais básicos e mais em conta.

Já passou o estágio do consumo em excesso por medo do desabastecimento, como se viu dias antes e no início do isolamento imposto na maior parte do País. Nas últimas duas semanas, em especial nesta, a concentração de despesas é em categorias mais necessárias. Mas implica também em majoração no bolso,

Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, tem esse mesmo “sentimento de que a população esteja com medo de perder o emprego ou de cortes de salários” e está poupando nas compras. Aliás, perda de postos de trabalho e redução salarial já são comuns.

A elevação dos valores de itens básicos comuns à mesa já chegou ao produtor, como arroz, feijão e ovos. Produtos mais caros e que podem ser substituídos ainda não sofreram recuo no varejo, mas o produtor já sentiu nas ofertas de balcão, caso da carne bovina.

Em informe do Cepea/Esalq, os ovos brancos e vermelhos aumentaram, respectivamente, 3% e 4,3% na praça de Bastos (SP), maior produtor nacional. Os pedidos dos distribuidores e varejistas que compram direto superaram a oferta.

Em contrapartida, a carne bovina, também pelos dados da instituição da USP, caiu dos R$ 202,00 a @ no início desta semana e fechou ontem (9), a R$ 198,05. Mesmo considerando o menor consumo de proteína vermelha na Semana Santa, o valor em queda no atacado foi observado por Péricles Salazar, presidente da Abrafrigo, que apontou necessidade de ajustes por parte dos frigoríficos.

Money Times nesta quinta trouxe também aumento dos preços do arroz, em plena chegada de maior oferta com a colheita acelerada no Rio Grande do Sul, com cotações de até R$ 57,00 a saca, acima do que seria normal em ritmo de safra.

E também com base em informações de Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os valores pagos na originação do feijão cresceram em todos os tipos, o carioca, o caupi e o preto.

Para o economista-chefe da Austin, os túneis de ovos de Páscoa estavam cheios de produtos, o que demonstra outro sinal de atenção com compras que podem ser dispensadas, apesar de ser uma data muito importante para famílias com crianças.

O café pode ser o ponto fora da curva, igualmente como foi veiculado aqui. O consumo tem aumentado nos lares, compensando parte do fechamento das cafeterias, bares e restaurantes. Mas isso pode ser explicado pela notoriedade do consumo nacional, que superou o dos Estados Unidos.

Apesar de ser também um item comum nos encontros sociais, que praticamente desapareceram, tem ajudado as pessoas a passarem o tempo em suas casas.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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