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Atrás nas pesquisas, Bolsonaro ignora assessores de campanha

23 jul 2022, 19:00 - atualizado em 22 jul 2022, 7:29
Jair Bolsonaro
A corrida presidencial entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva está se configurando como a disputa mais acirrada da historia do país (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Aliados políticos e assessores de Jair Bolsonaro lutam para convencê-lo a fazer sua campanha à reeleição de forma mais convencional, enquanto o presidente busca replicar o sucesso que teve nas redes sociais em 2018.

Os apelos por mais foco na propaganda na TV e orientações sobre temas que devem ser abordados ou evitados em público costumam ser ignorados pelo presidente e menosprezados por seu círculo mais próximo, segundo um aliado político e pessoas que trabalham em sua campanha.

A relutância de Bolsonaro em seguir os conselhos de profissionais de marketing, juntamente com o ímpeto de mobilizar sua base mais radical, traz o risco de alienar eleitores de centro e mulheres, de quem ele precisa urgentemente para vencer a eleição.

Dada sua desvantagem nas pesquisas, a falta de vontade de ouvir e moderar seus pontos de vista pode custar sua chance de se eleger para o segundo mandato.

“Ele sempre teve uma lógica de ‘nós contra eles’ e quer reproduzi-la na eleição, o que serve para ter 30% dos votos, mas não os 50% necessários para ganhar”, disse Josué Medeiros, cientista político da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A corrida presidencial entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva está se configurando como a disputa mais acirrada da historia do país, que dará o tom para uma região volátil e assolada por desigualdades agravadas pela pandemia e pela inflação.

Bolsonaro venceu com quase 58 milhões de votos em 2018 após uma campanha de rede social relativamente barata, coordenada por seu filho Carlos Bolsonaro.

Memes e gritos de guerra contra “comunistas” dominaram a discussão online, com poucas propostas políticas.

Funcionou bem para o político conservador que, apesar de ter sido deputado por quase três décadas, conseguiu se apresentar como um outsider que livraria o país da corrupção.

Mas as coisas são muito diferentes para Bolsonaro agora.

Ele se aproxima do fim de seu primeiro mandato desgastado por uma pandemia que já matou mais de 600 mil brasileiros, uma inflação próxima de 12% ao ano, o ressurgimento da pobreza e da fome e com sua imagem internacional manchada pelo desmatamento da Amazônia.

Além disso, ele enfrenta um candidato muito mais forte, que vem liderando consistentemente as pesquisas de opinião.

Depois de fazer alianças com partidos do centrão, que criticou antes de ser eleito, Bolsonaro não pode mais afirmar ser um outsider político.

Em vez disso, ele está sendo aconselhado a defender seu legado, segundo dois assessores, que pediram anonimato para discutir questões delicadas da campanha.

A assessoria de imprensa de Bolsonaro não quis comentar.

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