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Auditora decide não trabalhar mais com criptomoedas; 80% do volume negociado de Bitcoin acontece na corretora

16 dez 2022, 16:36 - atualizado em 16 dez 2022, 16:36
binance changpeng zhao cz
A própria Binance informou em um e-mail enviado à Bloomberg nesta sexta-feira (16) (Imagem: YouTube/SCMP Clips)

A empresa de auditoria Mazars Group, que realizava a auditoria da maior corretora de criptomoedas do mundo, decidiu não trabalhar mais com empresas de criptomoedas e vai abandonar os clientes que tinha até então, incluindo a Binance.

A própria corretora informou em um e-mail enviado à Bloomberg nesta sexta-feira (16) o final da relação com a empresa de auditoria. 

“A Mazars indicou que pausará temporariamente seu trabalho com todos os seus clientes cripto globalmente, que incluem Crypto.com, KuCoin e Binance. Infelizmente, isso significa que não poderemos trabalhar com a Mazars no momento”, disse um porta-voz da empresa no comunicado.

A notícia não veio em boa hora para a Binance que vem passando por momentos de desconfiança entre seus usuários.

Em entrevista concedida a CNBC nesta semana, Changpeng Zhao, ou CZ, o CEO da Binance diz que a corretora está “financeiramente estável”, e poderiam arcar com uma retirada de US$ 2,1 bilhões.

O valor, perguntado pela jornalista da CNBC, refere-se a um possível desinvestimento da FTX feito na corretora. 

Em publicação no seu perfil do Twitter, CZ, compartilhou uma pesquisa liderada pela Delphi Digital que afirma que 80% do volume de Bitcoin (BTC) é negociado através de sua corretora.

Em posicionamento oficial a Binance comunicou à imprensa que:

“A Mazars informou que fará uma pausa temporária em seu trabalho com todos os seus clientes cripto em âmbito global, entre eles Crypto.com, KuCoin, e Binance. Infelizmente, isto significa que não poderemos trabalhar com a Mazars por enquanto.

A blockchain é essencialmente transparente. De acordo com uma matéria do CoinDesk, “Hochan Chung, chefe de marketing da CryptoQuant, destacou a disponibilidade de dados on-chain e o fato de que corroboram todas as afirmações da Binance, mesmo que você não confie no relatório publicado pela exchange”.

Em última análise, nossos usuários querem saber que seus fundos estão seguros e que nosso negócio é financeiramente robusto. Sobre esse aspecto, a estrutura de capital da Binance é livre de dívidas e, na última semana, a Binance passou por um teste de estresse que dá à comunidade conforto extraordinário de que seus fundos estão seguros. Apesar do grande número de saques entre 12 e 14 de dezembro, somando US$ 6 bilhões em saques líquidos nesses três dias, fomos capazes de executá-los sem problemas. 

Dito isso, estamos empenhados em sermos ainda mais transparentes e estamos analisando a melhor forma de fornecer essas informações nos próximos meses.

Como exemplo do que já estamos fazendo, estamos usando ferramentas como a prova de reservas (PoR) de árvore de Merkle, que fornece aos nossos clientes uma garantia adicional de que seus ativos existem na blockchain e estão sob o controle da exchange. O benefício de ter a PoR verificada por uma empresa de auditoria independente é que ela fornece validação adicional de que os ativos da exchange são iguais ou maiores que os passivos da exchange para com seus clientes. Foi a falha da FTX em garantir que os ativos da exchange fossem maiores do que seus passivos com clientes que causou sua falência. Então, é natural as pessoas quererem se certificar de várias maneiras de que isso não acontecerá novamente. 

Nós prosseguiremos com nosso trabalho para oferecer aos nossos usuários a prova de reservas da árvore de Merkle e, com isso, demonstrar que existem ativos de clientes em endereços on-chain que estão sob o controle da Binance. Entramos em contato com várias grandes empresas, incluindo as auditorias Big Four, que atualmente não estão abertas a conduzir uma PoR para empresas privadas de criptomoedas, e ainda estamos procurando uma empresa que faça isso. Nós continuaremos a trabalhar para fornecer outras soluções técnicas, como os zk-SNARKs, de forma a dar ainda mais visibilidade à nossa saudável posição financeira.”

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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