Economia

Autoridades do Fed minimizam volatilidade do mercado e dizem que inflação permanece como foco soberano

26 set 2022, 17:18 - atualizado em 26 set 2022, 17:18
Federal Reserve
O Fed mantém uma meta de inflação de 2%, medida pelo índice de preços de gastos com consumo pessoal (Imagem: REUTERS/Jonathan Ernst)federal re

Autoridades do banco central dos Estados Unidos minimizaram nesta segunda-feira a crescente volatilidade nos mercados globais, da queda das ações dos EUA à turbulência cambial no exterior, e disseram que sua prioridade continua a ser o controle da inflação doméstica.

Questionado em evento do Washington Post se achava que investidores dos EUA tinham visão otimista demais sobre a política monetária do Federal Reserve até o início de uma forte liquidação, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que isso não vem ao caso.

“Não sei se eles estão otimistas demais ou não o suficiente… O mais importante é que precisamos controlar a inflação”, disse Bostic. “Até que isso aconteça, veremos muita volatilidade no mercado em todas as direções.”

Isso também se aplica à recente instabilidade nos ativos do Reino Unido. Os cortes de impostos propostos pelo governo da nova primeira-ministra britânica Liz Truss, com potencial para aumentar ainda mais a inflação, alimentaram a perspectiva de que a política fiscal do país entrará em conflito com os esforços do Banco da Inglaterra (BoE) para domar os aumentos de preços com taxas de juros mais altas.

“A reação ao plano proposto é uma preocupação real”, disse Bostic, que demonstrou crescente incerteza sobre as perspectivas econômicas britânicas. “A questão-chave será o que isso significa para a enfraquecida economia europeia, o que é uma consideração importante para o desempenho da economia dos EUA.”

Em comentários separados para a Câmara de Comércio da Grande Boston, a presidente do Fed de Boston, Susan Collins, reiterou o consenso do banco central dos EUA de que a luta para esfriar o atual surto de alta dos preços era primordial.

“No momento, a inflação continua muito alta”, afirmou Collins em seu primeiro comentário sobre política monetária desde que se tornou chefe do banco.

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“Não sei se eles estão otimistas demais ou não o suficiente… O mais importante é que precisamos controlar a inflação”, disse Bostic (Imagem: flickr/ Federal Reserve)

Embora tenha dito sentir que o ritmo dos avanços de preços pode estar em seu pico ou próximo desse patamar, “retornar a inflação à meta exigirá mais aperto” das condições de crédito, que o Fed influencia por meio de ajustes em sua meta da taxa básica de juros.

O Fed mantém uma meta de inflação de 2%, medida pelo índice de preços de gastos com consumo pessoal. Esse índice mostrou alta a uma taxa anual de mais de 6% em julho. Os dados de agosto serão divulgados na sexta-feira.

Autoridades do Fed têm sido frequentemente acusadas de transigência com os mercados financeiros, mas deram poucos sinais de que a atual liquidação de ações fará com que reconsiderem seus planos enquanto os preços e os salários continuarem a subir e o mercado de trabalho permanecer forte.

“A economia dos EUA funciona melhor quando há confiança em sua trajetória no curto e médio prazo”, disse Bostic. “A inflação alta prejudica isso.”

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