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Azul (AZUL4): Veja o que a aérea precisa para ‘embarcar em um novo capítulo’, segundo JP Morgan

10 set 2024, 17:08 - atualizado em 11 set 2024, 7:37
Azul
O JP Morgan cortou o preço-alvo para 2025 da Azul, mantendo a recomendação neutra (Imagem: iStock.com/dabldy)

O JP Morgan passou a tesoura no preço-alvo para 2025 da Azul (AZUL4), de R$ 19,00 para R$ 8,50, mantendo a recomendação neutra.

Os analistas destacam que a companhia aérea teve um desempenho inferior ao do mercado nas últimas duas semanas, com uma queda de 46% em relação aos seus pares, que caíram entre 4% e 5,5%, devido às notícias de uma potencial recuperação judicial nos Estados Unidos.

Para o banco, a empresa está em um ponto crítico, em que depende de uma renegociação do instrumento patrimonial que constitui seu passivo de arrendamento (cerca de US$ 550 milhões).

“Caso a empresa e seus arrendadores cheguem a uma solução definitiva, potencialmente envolvendo uma diluição patrimonial, acreditamos que a Azul pode embarcar em um novo capítulo, facilitando negociações mais favoráveis para outras alternativas de liquidez com os detentores de títulos”.

Nesse caso, os analistas apontam como alternativas uma colocação privada e um novo título tendo o negócio de carga como garantia. Por outro lado, apontam que as chances de recuperação judicial aumentam se a companhia falhar em chegar a um acordo com os arrendadores.

“De qualquer forma, os acionistas estão expostos a um risco de diluição do patrimônio”.

O banco destaca que o primeiro e mais importante passo é a renegociação do instrumento de capital de cerca de US$ 550 milhões acordado no ano passado com os arrendadores. Sob o acordo atual, a Azul deveria emitir um certo número de ações a cada trimestre usando R$ 36,0/AZUL4 como referência (ou pagar o equivalente em dinheiro).

Tendo em vista que as ações atualmente estão negociando significativamente abaixo desse nível-alvo, na casa dos R$ 4, que a empresa está buscando ativamente alternativas para evitar uma diluição excessiva do capital.

As ações AZUL4 encerraram o pregão desta terça-feira (10) com alta de 3,69%, a R$ 4,22.



Estimativas do JP Morgan para Azul

O JP Morgan atualizou as suas estimativas para a companhia aérea após o segundo trimestre de 2024, prevendo um consumo de caixa de R$ 550 milhões no segundo semestre do ano impulsionado pelo vencimento da dívida.

Os analistas revisaram para baixo as receitas/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2024 e 2025 e reduziram o múltiplo alvo em 0,5x para 5,0x EV/Ebitda para refletir a percepção de risco elevada.

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No nível do Ebitda, a estimativa para 2024 foi ajustada em -2%, para R$ 6,0 bilhões, enquanto para 2025 foi manida a estimativa quase inalterada em R$ 6,7 bilhões.

Na atualização das estimativas, o banco está incorporando o instrumento de patrimônio dos arrendadores como dívida, mas nenhuma diluição de patrimônio adicional, por exemplo, assumindo que a Azul pagaria o acordo atual em dinheiro.

Para o segundo semestre de 2024, os analistas calculam uma queima de caixa de R$ 550 milhões, o que deve pressionar a dívida líquida daqui para frente.

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