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Balanço “de baixa qualidade” do IRB não impressionou o UBS

19 fev 2020, 15:36 - atualizado em 19 fev 2020, 15:49
IRB BRASIL
Crédito: deferimento de impostos ajudou balanço do IRB (Imagem: Video/IRB BRASIL )

O mercado gostou tanto do balanço do IRB (IRBR3), divulgado nesta quarta-feira (19), que premiou as ações com uma das maiores altas da B3. Isto porque, dias atrás, a resseguradora foi abalroada por um relatório da Squadra questionando seus números.

Mas, enquanto os investidores festejam os resultados e as explicações, o UBS ainda demonstra cautela.

Há, basicamente, dois motivos para a parcimônia do banco suíço. O primeiro é a própria qualidade dos resultados, considerada “baixa”. É verdade que o lucro líquido do quarto trimestre foi 69% maior que o do mesmo período de 2018, e 34% acima da estimativa do UBS.

Mariana Taddeo e Kaio Prato, que assinam a análise do UBS, contudo, chamam a atenção para o fato de que esse desempenho foi obtido, graças ao deferimento de R$ 146 milhões em imposto no exterior.

Menos pompa

Sem isso, os resultados ficariam bem menos imponentes. O ebit (lucro antes de taxas e impostos), por exemplo, foi 2% inferior ao previsto pelos analistas. Mesmo o crescimento de 21% no volume de prêmios não atendeu às expectativas do banco, que projetava 32%.

O segundo motivo para cautela são as explicações do IRB sobre os problemas apontados pela Squadra. “O IRB também melhorou sua transparência, seguindo as queixas da Squadra, mas sentimos falta de mais informações sobre o desempenho trimestral”, afirma a dupla.

Entre os pontos que o UBS gostaria que fossem mais detalhados, está o chamado triângulo de sinistros. Trata-se de uma ferramenta usada por seguradoras para determinar quais contratos geraram os sinistros, agrupando-os por ano ou “safra”.

UBS Bancos
Cautela: UBS espera mais explicações sobre o balanço do IRB (Imagem: Reuters/Arnd Wiegmann)

Descontando-se a variação cambial e a retrocessão (fatia de apólices coberta por outras seguradoras, para reduzir o risco do IRB), a taxa de perdas foi de 55% em 2019, ante 61% em 2018.

Práticas globais

A ressalva do UBS é que, ao calcular essa taxa, o IRB não inclui os montantes referentes a salvados (aqueles bens que são resgatados em caso de sinistro, mas que possuem algum valor econômico) e ressarcimentos.

O banco observa, contudo, que a prática global das resseguradoras é incluir esses recursos no cálculo da taxa de perdas.

De qualquer modo, o mercado parece satisfeito com as explicações da companhia. Por volta das 15h25, as ações subiam 2,56% e eram negociadas a R$ 37,23, bem acima do 0,89% o Ibovespa, que marcava 115.995 pontos.

O UBS mantém a recomendação de compra para os papéis, menos por mérito do IRB, do que pela forte queda recente, causada pelo relatório da Squadra, o que dá espaço para um “ganho residual”. O preço-alvo é de R$ 50.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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