Internacional

Banco Central Europeu não vê necessidade de ação enquanto coronavírus se espalha

28 fev 2020, 13:35 - atualizado em 28 fev 2020, 13:35
Alemanha e Lituânia juntaram-se a vários outros membros do comitê de política monetária do BCE para minimizarem chances de uma mudança na política econômica (Imagem: Reuters/Yara Nardi)

O Banco Central Europeu (BCE) não precisa tomar medidas imediatas em resposta à epidemia de coronavírus, disseram duas autoridades do BCE nesta sexta-feira, confundindo as apostas do mercado sobre um corte nas taxas.

Os presidentes dos bancos centrais da Alemanha e da Lituânia juntaram-se a vários outros membros do comitê de política monetária do BCE para minimizarem chances de uma mudança na política econômica em resposta à epidemia, que está se espalhando na zona do euro depois de matar quase 2,9 mil pessoas na China.

“Esta é uma questão de política monetária muito complexa que, na minha opinião, não requer uma ação aguda de política monetária”, disse o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, em Frankfurt.

O presidente do banco central da Lituânia, Vitas Vasiliauskas, havia dito antes que o BCE tinha adotado uma “abordagem de esperar para ver”, mas que “não há problema para o Conselho se reunir de maneira extraordinária”.

Investidores estão aumentando expectativas quanto a um corte nas taxas de juros do BCE, já para junho, com temores de que o coronavírus, agora espalhado por vários países europeus, possa levar a economia mundial à recessão.

Weidmann reconheceu que os eventos mais recentes estão postergando a expectativa de aumento na taxa, anteriormente esperado para 2022. Mas ele disse que o BCE “não deve perder de vista a saída” de sua política ultrafrouxa baseada em compras maciças de títulos e taxas negativas.

“O Conselho não deve perder de vista a saída da política monetária frouxa”, afirmou o presidente do Bundesbank. “Pois a política monetária muito frouxa também está associada a riscos e efeitos colaterais.”

Ele também criticou a noção de elevar a meta de inflação do BCE, dizendo que sua formulação atual “abaixo, mas perto de 2%” é “compreensível, prospectiva e realista”.