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Banco derruba ação da CVC (CVCB3); por que alívio da dívida não é suficiente?

14 mar 2023, 18:04 - atualizado em 14 mar 2023, 18:04
CVC, ações
Analistas do banco avaliam que a CVC ainda precisa de aproximadamente R$ 1 bilhão de caixa adicional para manter o crescimento (Imagem: Rafael Borges/ Money times)

O JPMorgan cortou a recomendação da CVC (CVCB3) de “neutro” para “underweight” diante de tendências mais negativas para o crescimento das receitas, reflexo da dinâmica de consumo mais desafiadora. O banco também retirou o preço-alvo para a ação.

Mesmo com o alívio de caixa no curto prazo após o acordo com debenturistas sobre o reperfilamento dos títulos de dívida, analistas avaliam que a companhia ainda precisa de aproximadamente R$ 1 bilhão de caixa adicional para manter o crescimento, enquanto a empresa já se comprometeu com outro aumento de capital de, no mínimo, R$ 125 milhões até novembro de 2023.

“Ainda vemos a necessidade de CVC ter mais caixa para continuar crescendo diante do contexto em que a alavancagem ajustada estimada de 5,3 vezes para 2023 não está em níveis confortáveis”, comentam Joseph Giordano e a equipe de análise de Varejo e Saúde da América Latina, em relatório desta terça-feira (14).

De acordo com o JPMorgan, o aumento de capital pré-acertado como parte do reperfilamento da dívida é uma fonte de volatilidade para as ações, visto que o preço e o volume ainda são desconhecidos pelo mercado.

As ações da CVC, que chegaram a aproveitar a forte recuperação dos papéis das companhias aéreas após o tombo para mínimas históricas (no caso, a AzulAZUL4), derreteram 17% na última sexta (10), após o anúncio do acordo.

O corte de recomendação do JPMorgan chega no mesmo dia em que a empresa apresentará seus resultados do quarto trimestre de 2022. Os números serão divulgados após o fechamento do mercado.

Os papéis da CVC derreteram 7,89%, negociados a R$ 3,27.

Cenário nublado

As reservas da CVC estão se recuperando, mas sob condições ruins, avalia o JPMorgan.

O banco destaca que a Argentina está superando as operações core do Brasil, representando em torno de 25% das reservas consolidadas, contra 10% em 2019. E, embora as operações carreguem margens maiores, possuem um take rate menor, diz.

“Vemos as reservas crescendo a um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 13% em cinco anos. Ainda assim, [o crescimento] vem com um mix de take rate pior, visto que o B2B tem superado o canal B2C, o que nos leva a rebaixar o take rate consolidado esperado para 2023, a 8,7% (vs. 9,3% anteriormente)”, comentam os analistas.

O JPMorgan diminuiu suas estimativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em cerca de 50% para 2023/24, prevendo perdas até 2025.

“Vemos problemas operacionais pré-pandemia da administração anterior e a queima de caixa da pandemia limitando a criação de valor esperada ao acionista, vindo da estratégia que está sendo implementada pelo novo time de administração”, completa o banco.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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