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Banco do Brasil (BBAS3): Deixe de comprar a ação, diz Inter; ‘risco estatal’ está ligado

15 dez 2022, 12:42 - atualizado em 15 dez 2022, 12:42
Banco do Brasil
Banco do Brasil não é totalmente blindado a novos comandos desalinhados aos interesses dos acionistas, afirma Inter Research (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Inter Research rebaixou a recomendação do Banco do Brasil (BBAS3) de “compra” para “neutro”, bem como o preço-alvo ao fim de 2023, que passou a ser de R$ 42 (contra R$ 52 anteriormente).

O corte não está atrelado a dúvidas de que a companhia seguirá reportando em seus resultados elevada rentabilidade, pelo menos no curto prazo. A preocupação, explica o analista Matheus Amaral, em relatório publicado nesta quarta-feira (14), recai sobre a agenda de longo prazo.

De acordo com o Inter, mesmo estando em uma situação mais confortável em termos de governança em relação a décadas passadas, o Banco do Brasil não é totalmente blindado a novos comandos desalinhados aos interesses dos acionistas.

“Ressaltamos que a recente aprovação na Câmara de alteração na Lei das Estatais é um sinal claro da fragilidade do arcabouço que tentou se construir para proteger o nível de potenciais conflitos de interesse sobre as companhias estatais”, afirma Amaral.

Nesta semana, a Câmara aprovou um projeto que muda a Lei das Estatais, reduzindo o período mínimo de desvinculação da estrutura decisória de partido político para que o indicado possa tomar posse em cargo de diretoria ou de conselho de administração de estatal.

A proposta, que segue agora para o Senado, foi aprovada no mesmo dia em que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou Aloizio Mercadante como futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), causando uma onda de aversão a risco.

Falas de Lula a respeito do destino das estatais alimentam os temores dos investidores. Ao anunciar Mercadante, Lula disse que, quem quiser vir ao Brasil, que venha, mas reforçou que as empresas públicas não estão à venda.

“Tem trabalho, tem projetos novos para investimento. Mas não venham aqui para comprar nossas empresas públicas, porque elas não estão à venda”, afirmou o presidente diplomado.

O Inter defende que é necessário mais clareza sobre a nova direção do banco. A instituição também quer entender quão sensível o Banco do Brasil estará do uso da máquina pública para cessão de crédito desalinhada aos interesses do colegiado da companhia.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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