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Bancos dos EUA são confrontados por frágil legado racial

16 jun 2020, 17:17 - atualizado em 16 jun 2020, 17:17
JPMorgan Bancos Empresas
“Isso não é apenas injustiça social”, disse Braz sobre os grandes protestos nos Estados Unidos. “Isso também é injustiça econômica, um apartheid econômico (Imagem: Reuters/Amr Alfiky)

Uma foto do diretor-presidente do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, ajoelhado em uma agência do banco, vista pelo setor como oposição aos maus-tratos aos afro-americanos, não conseguiu convencer muito ativistas.

Na sexta-feira, cerca de 100 manifestantes se reuniram em frente à torre do banco, no centro de Manhattan, onde um organizador com um megafone liderava a multidão com o grito: “JPMorgan – Feche as portas! JPMorgan – Feche as portas!”

Enquanto o grupo caminhava, Cristo Braz andou alguns quarteirões e sentou-se na rua, desabafando frustrações sobre a desigualdade racial.

“Isso não é apenas injustiça social”, disse Braz sobre os grandes protestos nos Estados Unidos. “Isso também é injustiça econômica, um apartheid econômico.”

Como muitos no setor corporativo dos EUA, líderes de bancos se apressaram para denunciar o racismo e oferecer propostas a grupos minoritários após a morte de George Floyd por um policial branco em Minneapolis.

No entanto, quando manifestações contra a injustiça e a desigualdade raciais entram na quarta semana, o setor é cada vez mais criticado por seu envolvimento na criação e permanência de desigualdades econômicas. Ativistas dizem que planejam aumentar a pressão sobre os bancos para enfrentar esse legado.

Jennifer Epps-Addison, presidente da associação CPD Action, voltava para casa depois de uma manifestação em Los Angeles quando viu a foto de Dimon ajoelhado em frente a um cofre enorme em seu telefone.

Jennifer disse que a imagem imediatamente levantou questões sobre a diversidade dos líderes do banco e o que eles fizeram para corrigir erros do passado.

A empresa, disse, deveria contratar e promover membros de grupos minoritários, reorientar os principais negócios bancários e usar sua influência em Washington para aprovar medidas para enfrentar as disparidades.

“Eles poderiam usar seu poder de lobby e influência para o bem, e não para o mal”, disse em entrevista. “O que significa apoiar coisas como reparações a nível federal, assistência universal à saúde, acesso à faculdade.”

Joe Evangelisti, porta-voz do JPMorgan, disse que o banco está “trabalhando duro em muitas das questões de diversidade e contratação que Epps-Addison levanta”.

Representantes do JPMorgan não especificaram a intenção de Dimon na foto e se referiram à sua declaração sobre a necessidade de abordar o passado.

“Temos uma responsabilidade coletiva de nos posicionar e tomar medidas sérias para lidar com séculos de racismo estrutural”, disse Dimon. “Todos podemos fazer melhor e fazer mais. Nossas palavras e ações são importantes.”

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