Economia

Bancos foram penalizados no 3T22; veja o que os balanços dizem sobre a economia brasileira

15 nov 2022, 11:00 - atualizado em 15 nov 2022, 13:39
Bradesco
O banco Bradesco (BBDC4) sofreu mais com a inadimplência do que seus pares. (Imagem: Rafael Borges/Money Times)

Nesta semana se encerra a temporada de balanços do terceiro trimestre das empresas listadas no índice Ibovespa (IBOV) e os resultados mistos foram marcados por um trimestre de altas taxas de juros e deflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Nos meses de julho, agosto e setembro, a inflação caiu um total de 1,33% – influenciada pela redução na tributação sobre combustíveis, mas com fortes pressões inflacionárias sobre os serviços.

Lana Santos, especialista de Renda Variável da Acqua Vero Investimentos, destaca que o setor bancário foi penalizado por esse cenário.

Com os altos juros encarecendo o custo do crédito, aumentou o número de clientes inadimplentes, prejudicando os resultados frente ao mesmo trimestre de 2021.

“Um exemplo disso foi o banco Bradesco (BBDC4), que com grande capilaridade no atendimento à pessoa física, sofreu mais com a inadimplência do que seus pares. A ação chegou a cair 17,38% após a divulgação dos resultados”, afirma.

No mês passado, a inadimplência entre os brasileiros alcançou o recorde de 30,3%, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). E, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a taxa de inadimplência do cartão de crédito chegou a 7,3% em setembro.

Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos e especialista em fundos de investimento, publicou em seu Twitter que não existe “termômetro melhor para economia do que inadimplência e provisão de bancos”.

Outros setores

Lana destaca que o setor de shoppings e construção apresentaram resultados sólidos, demonstrando a recuperação dos dois setores muito penalizados com a pandemia.

Já o varejo apresentou resultados mistos. “Companhias como Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) mostraram resultados aquém do esperado, com a pressão inflacionária sobre itens de vestuário marcando um trimestre desafiador”, afirma

Por outro lado, as empresas mais voltadas ao varejo de alta renda, como Arezzo (ARZZ3), apresentaram números mais fortes, com recuperação rumo aos números pré-pandemia.

Com isso, os resultados do trimestre mostram que a temática da pressão inflacionária sobre serviços e, consequentemente, uma taxa de juros mantida em altos patamares, marcou a performance das companhias no período.

“Modelos de negócio menos sensíveis à inflação, com melhores margens e diversificação de fontes de receita, se saíram melhor. O mercado, ainda muito avesso ao risco, reagiu com grande volatilidade a essa temporada de resultados”, aponta a economista.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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