Internacional

BC do Japão mantém juros ultrabaixos apesar de inflação mais forte

16 jun 2023, 7:44 - atualizado em 16 jun 2023, 8:37
Banco do Japão (BOJ)
“No momento, a inflação supera 2% há 13 meses seguidos, mas pode ir abaixo desse nível à frente. É por isso que não estamos normalizando a política monetária. Mas se essa visão mudar muito, teremos que mudar”, disse Ueda (Imagem: REUTERS/Kim Kyung-Hoon)

O Banco Central do Japão manteve a política monetária ultrafrouxa nesta sexta-feira, apesar da inflação mais forte do que o esperado, sinalizando que continuará sendo uma exceção entre os bancos centrais globais e que se concentrará no apoio à recuperação econômica.

O Banco do Japão também deixou intacta sua visão de que a inflação vai desacelerar ainda este ano e a promessa de sustentar “pacientemente” estímulos fortes, sugerindo seu desejo de aguardar até que haja clareza sobre quanto tempo durará a alta dos preços impulsionada pela demanda.

“Esperamos que a tendência da inflação aqueça conforme a atividade econômica se fortalece e o mercado de trabalho aperta. Mas existe uma grande incerteza sobre as negociações salariais do próximo ano e a sustentabilidade do crescimento dos salários”, disse o presidente do banco, Kazuo Ueda.

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Mas com a inflação acima da meta de 2% do Banco do Japão há mais de um ano e com analistas duvidando de sua visão de que o recente aumento dos preços por conta dos custos seja transitório, Ueda deixou a porta aberta para uma possível mudança ao descartar alertas sobre os riscos à inflação.

“No momento, a inflação supera 2% há 13 meses seguidos, mas pode ir abaixo desse nível à frente. É por isso que não estamos normalizando a política monetária. Mas se essa visão mudar muito, teremos que mudar”, disse ele.

Como amplamente esperado, o banco central manteve sua meta de taxa de juros de curto prazo de -0,1% e um limite de 0% no rendimento dos títulos de 10 anos, definido sob sua política de controle da curva de rendimento.

A decisão contrasta fortemente com a do Banco Central Europeu, que elevou os custos dos empréstimos para o maior nível em 22 anos na quinta-feira e sinalizou a probabilidade de novos aumentos. Também nesta semana, o Federal Reserve sinalizou na quarta-feira que ainda não encerrou sua luta contra a inflação nos Estados Unidos.

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