Bancos

BC do Japão renova promessa de flexibilização após sinal “hawkish” do Fed

22 mar 2022, 9:23 - atualizado em 22 mar 2022, 9:23
Kuroda disse que a inflação ao consumidor deve acelerar à medida que algumas empresas repassam os custos crescentes de energia e alimentos para as famílias (Imagem: REUTERS/Arnd Wiegmann)

O banco central do Japão precisa manter uma política monetária ultrafrouxa já que a recente inflação pode prejudicar a economia, disse o presidente da instituição, Haruhiko Kuroda, nesta terça-feira, destacando uma lacuna crescente em relação o plano agressivo de aperto do Federal Reserve dos Estados Unidos.

A postura “dovish”, inclinada a estímulos monetários, cada vez mais isolada do banco central ajudou a levar o iene abaixo de 120 por dólar nesta terça-feira pela primeira vez desde 2016, atraindo um alerta do ministro das Finanças contra movimentos rápidos da taxa de câmbio.

Kuroda disse que a inflação ao consumidor deve acelerar à medida que algumas empresas repassam os custos crescentes de energia e alimentos para as famílias.

“Em vez de levar a salários e lucros das empresas mais altos, essa inflação de custos pesará sobre a economia no longo prazo, prejudicando os lucros das empresas e a renda real das famílias”, declarou Kuroda ao Parlamento.

Embora os salários nominais possam crescer “de forma bastante significativa”, o aumento da inflação ao consumidor pode minar o poder de compra das famílias, empurrando para baixo os salários reais ajustados aos preços, acrescentou.

“Dada a evolução recente dos preços, precisamos manter pacientemente nossa poderosa flexibilização monetária”, disse Kuroda.

As declarações de Kuroda vieram na esteira das do presidente do Fed, Jerome Powell, que prometeu na segunda-feira agir “rapidamente” para aumentar os juros buscando evitar que uma espiral ascendente de preços se consolide.

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