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BDRs: Investidores preferem ações de crescimento ao invés de dividendos, revela pesquisa

03 mar 2022, 14:07 - atualizado em 03 mar 2022, 14:07
Wall Street
Maiores big techs ofereceram dividendos mirrados; porém, investidores estão interessados mesmo na valorização das ações. Leia mais(Imagem: Pixabay)

Uma pesquisa realizada a partir de dados da plataforma Dividendos.me revelou que os brasileiros que investem em empresas americanas por meio dos BDRs (Brazilian Depositary Receipts) preferem as ações de tecnologia, pensando na sua valorização, em detrimento de companhias que pagam dividendos.

Os BDRs das bigtechs Apple (AAPL34), Facebook (FBOK34) e Google (GOGL34) ocupam os três primeiros lugares no ranking de preferência dos investidores por ações de companhias estrangeiras. Os dados são referentes a janeiro de 2022.

A sequência é quebrada pela Walt Disney (DISB34), que atua no ramo de mídia, Tesla (TSLA34), do setor automotivo, e pela Amazon (AMZO34), da área de varejo.

Mas, logo em seguida, na sétima posição, está a Microsoft (MSFT34) seguida de Alibaba (BABA34) e Mercado Livre (MELI34), as três do setor de software e tecnologia. A lista é completada pela Coca-Cola (COCA34), do setor de bebidas.

A Apple ofereceu um dividend yield (retorno de dividendo) de 0,52% em 12 meses. E um yield de recompra de 3,21%. Facebook e Google não pagam dividendos, mas realizaram a recompra de suas ações com rendimentos, respectivamente, de 8,38% e 2,36%.

“Tributariamente falando é mais interessante para as empresas efetuarem recompra de ações do que efetivamente distribuir dividendos, uma vez que a distribuição de lucros tem uma tributação alta nos Estados Unidos”, explica Guilherme Gentile, head de análise, da Dividendos.me.

“Por isso para as empresas americanas a recompra acaba sendo menos custosa e gera valor ao seu acionista, uma vez que quando a recompra é realizada e as ações são posteriormente canceladas, o acionista vai possuir um ‘pedaço’ maior da companhia”, diz.

Tesla, Amazon e Alibaba também não pagam dividendos aos acionistas. A Microsoft, por sua vez, ofereceu 0,78% de dividend yield e recompra com retorno de 1,32%.

“As big techs normalmente não pagam dividendos porque focam no crescimento futuro. Há também o fato de que algumas delas demoram anos para começarem a lucrar. Assim, são ações para o investidor que aposta no crescimento dessas companhias e a consequente valorização de seus papéis”, comenta Gentile.

Não se pode dizer, porém, que o não pagamento de dividendos é exclusivo das big techs. Empresas de outros setores também agem da mesma forma.

A Walt Disney, por exemplo, além de não pagar dividendos também não fez a recompra de ações. Já a Coca-Cola, ao contrário, tem como cultura pagar dividendos aos seus acionistas.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.