Mercados

Better Call Wall Street: Americanos podem garantir rali de Ibovespa?

02 dez 2022, 15:07 - atualizado em 02 dez 2022, 15:07
Wall Street
Retrospecto de dezembro para Wall Street é positivo (Imagem: REUTERS/Carlo Allegri)

Na aclamada série “Better Call Saul“, o advogado de causas mínimas, interpretado por Bob Odenkirk, tenta ser um solucionador de problemas para os seus clientes. Mas, no meio do caminho, é ele próprio quem acaba mergulhando em um mar de confusões.

O enredo dessa história empresta alguma semelhança ao cenário que se desenha para os mercados internacionais e domésticos para o mês de dezembro.

Afinal, enquanto o Ibovespa tenta superar o fantasma do risco fiscal que contratou uma queda de 3% do índice em novembro, Wall Street chega à reta final do ano com a pompa de um novembro de ganhos de ponta-a-ponta.

Diante desse cenário – e apesar de seus próprios problemas, como visto hoje pelo payroll acima do esperado -, Wall Street conseguiria vir ao socorro do Ibovespa e garantir o rali de fim de ano dos brasileiros?

O histórico do desempenho dos índices americanos pode ser um bom indicativo.

Wall Street tende a ir bem no ‘mês das compras’

Para os mercados americanos, o mês de dezembro começa com sete dias de antecedência, com o fim do feriado de Ação de Graças, a Black Friday e a Cyber Monday.

A trinca de datas inaugura a temporada de compras nos Estados Unidos, quando se espera um sobressalto do consumo.

Em tempos de baixo crescimento econômico e possibilidade de recessão, o aquecimento sazonal da economia em dezembro, ainda que neste ano seja mais modesto do que a média, é uma tendência mais do que aguardada pelos agentes econômicos.

De acordo com o levantamento feito pelo MarketWatch em conjunto com Dow Jones Market Data, em dezembro, o índice de titãs industriais Dow Jones e, sobretudo, o índice de small caps, Russell 2000, tendem a entregar resultados expressivos.

No caso do Dow Jones, o índice entregou altas em 71% das vezes, com avanço médio de 1,4% (apenas atrás de julho), enquanto o índice Small Caps dos EUA apresentou performance positiva em 80% do tempo, subindo em média 2,8% (melhor mês do ano).

Guilherme Zanin, analista da Avenue, também adiciona o S&P 500 nessa lista: “é um mês sazonalmente positivo para o índice, tendendo a formar um dos melhores trimestres do ano”.

Mercados continuam se animando com aumentos mais moderados de juros

O tom suave de Jerome Powell em evento na última quarta-feira (30) também é um indicativo de que a tradição natalina positiva para os mercados americanos se concretizará em 2022.

O chairman do Fed deixou claro que a hora da moderação no aperto monetário pode ter chegado, à medida que dados acumulados mostram uma desaceleração, embora tímida, da inflação.

A sinalização de Powell ajudou a cristalizar a percepção das instituições depositárias do Federal Reserve de que a autoridade anunciará um aumento mais modesto na taxa de juros, de 0,5o ponto percentual. Já a possibilidade de um aumento mais drástico, de 0,75 ponto percentual, é aposta de somente 20% das entidades do Fed Funds.

Na avaliação de Guilherme Zanin, a perspectiva de um aumento mais suave dos juros cria condições para um repique do Ibovespa e de outros mercados emergentes.

“Os juros futuros já mostram um recuo das pressões inflacionárias, culminando em uma maior busca por risco por parte dos investidores”, diz o analista.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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