Internacional

Biden prepara primeiro grande aumento de impostos desde 1993

15 mar 2021, 15:37 - atualizado em 15 mar 2021, 15:37
 A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que pelo menos parte do próximo projeto de lei terá de ser paga e sinalizou impostos mais altos (Imagem: Reuters/Jonathan Ernst)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, planeja o primeiro grande aumento de impostos federais desde 1993 para ajudar a financiar o programa econômico de longo prazo concebido para complementar o projeto de lei de alívio à pandemia, de acordo com pessoas a par do assunto.

Ao contrário da lei de estímulo da Covid-19 de US$ 1,9 trilhão, a próxima iniciativa, que deve ser ainda maior, não dependerá apenas da dívida do governo como fonte de financiamento.

Embora esteja cada vez mais claro que o aumento de impostos será um componente – a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que pelo menos parte do próximo projeto de lei terá de ser paga e sinalizou impostos mais altos -, os principais consultores agora preparam um pacote de medidas que podem incluir um aumento tanto da alíquota do imposto corporativo como da taxa individual para pessoas de alta renda.

Como cada redução de impostos e crédito tem seu próprio lobby para apoiá-los, mexer nas alíquotas implica muitos riscos políticos.

Isso ajuda a explicar por que os aumentos de impostos na reforma aprovada por Bill Clinton em 1993 se destacam das modestas modificações feitas desde então.

Para o governo Biden, as mudanças planejadas são uma oportunidade não apenas de financiar iniciativas importantes como infraestrutura, clima e ajuda ampliada para os americanos mais pobres, mas também para lidar com o que os democratas afirmam ser desigualdades no próprio sistema tributário. O plano testará a capacidade de Biden de manter republicanos e democratas unidos.

“Toda a sua visão sempre foi de que os americanos acreditam que a política tributária precisa ser justa, e ele tem olhado todas suas opções de política através dessa lente”, disse Sarah Bianchi, chefe de políticas públicas dos EUA na Evercore ISI e ex-assessora econômica de Biden. “É por isso que o foco é abordar o tratamento desigual entre trabalho e riqueza.”

Embora a Casa Branca tenha rejeitado um imposto sobre a riqueza total, conforme proposto pela senadora democrata progressista Elizabeth Warren, o plano atual do governo mira os ricos.

A Casa Branca deve propor um conjunto de aumentos de impostos, principalmente refletindo as propostas de campanha de Biden para 2020, de acordo com quatro pessoas com conhecimento das discussões.

Os aumentos de impostos incluídos em qualquer infraestrutura mais ampla e pacote de empregos provavelmente incluirão a revogação de partes da lei tributária de 2017 do ex-presidente Donald Trump que beneficiam corporações e indivíduos ricos, além de outras mudanças para tornar o código tributário mais progressivo, disseram pessoas a par do plano.

A Casa Branca deve propor um conjunto de aumentos de impostos, principalmente refletindo as propostas de campanha de Biden para 2020 (Imagem: Unsplash/renedeanda)

Uma análise independente do plano tributário da campanha de Biden feito pelo Centro de Política Tributária estimou que o programa arrecadaria US$ 2,1 trilhões ao longo de uma década, embora o valor em estudo pelo governo provavelmente seja menor. Bianchi disse no início deste mês que os congressistas democratas podem concordar em US$ 500 bilhões.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
bloomberg@moneytimes.com.br
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar