Política

Bolsonaro abre apoio a Lira e escancara inimizade com Maia

28 dez 2020, 12:57 - atualizado em 28 dez 2020, 12:57
Ao conversar com apoiadores na manhã desta segunda-feira, no Palácio da Alvorada, Bolsonaro deixou claro quem é seu candidato (Imagem: Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro declarou em público nesta segunda-feira seu apoio à candidatura do líder do PP, Arthur Lira, à presidência da Câmara, e colocou o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) –que organizou o movimento contrário a Lira– ao lado de seus inimigos tradicionais PT, PCdoB e PSOL.

Ao conversar com apoiadores na manhã desta segunda-feira, no Palácio da Alvorada, Bolsonaro deixou claro quem é seu candidato.

“Vamos ter eleição na Câmara agora. Uma das chapas ali é o Rodrigo Maia e PT, PCdoB e PSOL. E tem uma outra chapa. Eu estou nessa outra. Não vou nem discutir. Se está de um lado PT, PCdoB e Rodrigo Maia, eu estou do outro lado”, afirmou.

Na verdade, Maia conseguiu atrair os partidos de oposição para a formação de uma frente contra Lira, que é reconhecido na Câmara como o candidato de Bolsonaro, lançando o emedebista Baleia Rossi (SP) à presidência da Casa. O grupo, no entanto, não inclui apenas os partidos do bloco oposicionista –PT, PDT, PCdoB, Rede e PSB–, mas o DEM de Maia, MDB, PSDB, Cidadania, PV e parte do PSL não bolsonarista.

O PSOL não faz parte da frente e considera lançar uma candidatura própria.

Lira, que tem se tornado um dos aliados mais próximos do governo, uniu em torno de seu nome os parlamentares mais aliados ao governo e também o chamado centrão, de partidos como o PP, PTB, PSD, PL, Republicanos, entre outros, e obteve o apoio explícito de Bolsonaro.

O presidente conta com a eleição de um aliado para tirar do papel pautas de costumes que foram até hoje barradas por Rodrigo Maia, como a ampliação do porte de armas, além da criação do voto impresso nas eleições.

Na conversa com apoiadores, Bolsonaro afirmou que pretende ver a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição que instaura o voto impresso com a mudança na Presidência da Câmara.

“Se aprovar vai ser voto impresso em 2022”, disse.