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Bradesco (BBDC4) perde um Assaí em valor de mercado e tem maior queda diária em 20 anos

09 nov 2022, 17:57 - atualizado em 09 nov 2022, 17:57
Bradesco
A rápida piora na qualidade da carteira de crédito levou o banco a ampliar fortemente as provisões para perdas esperadas com calotes (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

As ações do Bradesco (BBDC4BBDC3) desabavam nesta quarta-feira, caminhando para a maior queda diária em mais de 20 anos, com uma perda de valor de mercado ao redor de 28 bilhões de reais, após o segundo maior banco privado do país reportar uma queda surpreendente no lucro do terceiro trimestre.

A rápida piora na qualidade da carteira de crédito levou o banco a ampliar fortemente as provisões para perdas esperadas com calotes. Com isso, a rentabilidade sobre o patrimônio, que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, desabou 5,1 pontos percentuais, para 13%.

Em videoconferência sobre o balanço, executivos do banco afirmaram esperar sair ao longo de 2023 do que chamaram de “tempestade perfeita” no terceiro trimestre, mas que o lucro deve continuar pressionado nos próximos trimestres.

Às 17:11, as ações preferenciais do Bradesco caíam 15,98%, a 15,61 reais, tocando mínimas desde novembro de 2020. A queda, se confirmada no fechamento, será a maior perda percentual em um dia desde dezembro de 2000. No mesmo horário, o Ibovespa cedia 2,15%.

A perda de valor de mercado de cerca de 28 bilhões de reais na sessão supera o valor de mercado de empresas como Braskem, CCR e Assaí, entre outras.

Analistas do BTG Pactual cortaram a recomendação das ações do banco para “neutra” e o preço-alvo de 25 para 21 reais após o balanço, além de reduzirem previsões de lucro para até 2024.

“Alguns dos problemas que afetam os resultados são provavelmente cíclicos, mas é difícil não acreditar que possa haver algo mais estrutural explicando a diferença de desempenho (em relação aos pares)”, afirmaram Eduardo Rosman e equipe em relatório. “A recuperação dos resultados e da confiança do mercado não será rápida.”

Analistas do Citi afirmaram ver a rápida deterioração das expectativas por parte da administração como um ponto de preocupação, que deve pressionar a ação dada a “falta de visibilidade para resultados futuros”.

Rafael Frade e equipe também cortaram a recomendação das ações para “neutra”, reduzindo o preço-alvo de 23 para 19 reais, bem como estimativas para o lucro em 2022 e 2023.

“Os resultados do terceiro trimestre do Bradesco surpreenderam não apenas com um grande aumento nas provisões, mas com uma indicação de que o quarto trimestre deve ser ainda pior, apresentando uma melhora gradativa a partir daí.”

Na visão dos analistas do Safra, de modo geral, os resultados foram negativos, e a revisão da projeção para provisões aponta para um final de ano fraco.

“Apesar do crescimento do volume de crédito e da expansão dos spreads, as pressões sobre a margem financeira (NII) com o mercado e a deterioração da qualidade do crédito levaram a um resultado abaixo do esperado”, afirmaram Silvio Doria e Gabriel Pucci em relatório a clientes.

Eles acrescentaram que o balanço mostra uma perspectiva difícil de curto prazo.

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