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Bradesco (BBDC4) vai agradar como Itaú (ITUB4) ou decepcionar como Santander (SANB11) com os resultados hoje?

09 fev 2023, 16:01 - atualizado em 09 fev 2023, 16:01
Bradesco
Bradesco é cotado como um dos destaques negativos do setor na temporada de resultados do quarto trimestre de 2022 (Imagem: Adriano Machado/Bloomberg News)

A reação dos investidores com os resultados do Itaú (ITUB4) no último pregão respingou em outras empresas do setor bancário, incluindo o Bradesco (BBDC4), que reporta seus números do quarto trimestre de 2022 nesta quinta-feira (9), após o fechamento do mercado.

As ações do Itaú e da sua holding controladora Itaúsa (ITSA4) saltaram mais de 8% ontem, apesar de um lucro reportado aquém das expectativas. Houve uma reação em bloco dos bancões na Bolsa, com Banco do Brasil (BBAS3) avançando 2,37% e Santander Brasil (SANB11), que entregou resultados fracos, disparando quase 5%. Surfando a boa onda, o Bradesco subiu 4,89%.

Mas, diferentemente dos números positivos que o mercado esperava (e recebeu) do Itaú, o Bradesco está cotado para ser um dos destaques negativos da temporada de resultados, junto com o Santander. Analistas estimam mais um trimestre de dados fracos para a empresa, reflexo da piora da inadimplência e aumento das despesas de provisão.

O UBS BB espera uma contração significativa para os resultados do Bradesco. Além das provisões, os resultados comerciais devem vir fracos, avaliou a instituição, em relatório enviado a clientes.

A estimativa da casa é de contração no lucro (-37%), a R$ 4,2 bilhões. O consenso do mercado prevê R$ 4,46 bilhões, de acordo com o levantamento feito pela Bloomberg.

Efeito Americanas

Analistas mapearam os possíveis efeitos do caso da Americanas (AMER3), que entrou recentemente com um pedido de recuperação judicial ao detectar dívidas de mais de R$ 40 bilhões.

Para o Money Times, Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, avaliou que, dada a situação atual, alguns bancos poderiam optar por provisionar antes o impacto da varejista.

No relatório de resultados do Itaú, a companhia informou que reforçou em 100% a provisão para créditos de liquidação duvidosa, gerando um impacto de R$ 719 milhões no resultado recorrente gerencial, com a diferença para a exposição total sendo reconhecida na provisão complementar.

Sem esse efeito, o resultado recorrente teria atingido R$ 8,4 bilhões e o retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido seria de 21%.

Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, disse ontem que, com a provisão para cobrir 100% da exposição de crédito junto à Americanas, o Itaú limpa todo o “efeito Americanas” no balanço do quarto trimestre de 2022.

Segundo o Itaú BBA, que rebaixou o Bradesco para “underperform” (desempenho esperado abaixo da média do mercado, equivalente a “venda”) no fim do mês passado, a companhia entra em uma “tempestade perfeita” em 2023 e 2024, com Americanas pesando ainda mais o cenário de custos elevados de provisões, mantendo o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) abaixo do custo de capital até o fim do ano que vem.

O BBA afirmou em relatório que o caso da Americanas está causando um efeito cascata maior que o antecipado e poderia acelerar o que era esperado para ser apenas um ciclo de NPL (crédito não produtivo) corporativo normalizado, especialmente em PMEs.

Na avaliação dos analistas, o Bradesco deve ser o banco mais afetado pelo rombo da Americanas.

No início da semana, a Genial Investimentos rebaixou a recomendação do banco para “manter”, uma vez que projeta um cenário de curto prazo sem gatilhos para a ação, além de um ambiente desafiador, com resultados fracos e o risco Americanas no radar.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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