Saúde

Brasil começa a aplicar 3ª dose e antecipa doses de Pfizer e AstraZeneca a partir de setembro

25 ago 2021, 9:36 - atualizado em 25 ago 2021, 15:10
Marcelo Queiroga
Espera-se que até lá todos os brasileiros com mais de 18 anos de idade tenham recebido ao menos uma dose de um imunizante, explicou o ministro (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira que uma terceira dose de reforço da vacina contra Covid-19 começará a ser aplicada no Brasil na segunda quinzena de setembro para pessoas imunossuprimidas e com mais de 70 anos, preferencialmente com os imunizantes da Pfizer.

Além disso, a pasta informou em comunicado que, a partir de setembro, antecipará o intervalo entre a primeira e a segunda dose das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca das 12 semanas atuais para 8 semanas.

“A ação será destinada a todos os indivíduos imunossuprimidos após 28 dias da segunda dose e para pessoas acima de 70 anos vacinadas há 6 meses”, disse a pasta. “A imunização deverá ser feita, preferencialmente, com uma dose da Pfizer, ou de maneira alternativa, com a vacina de vetor viral da Janssen ou da AstraZeneca”, acrescentou.

Na noite de terça, em entrevista a jornalistas em Brasília, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, havia afirmado que a aplicação da dose de reforço começaria no dia 15 de setembro –data em que o ministério espera ter toda a população com mais de 18 anos vacinada com ao menos uma dose– e incluiria os imunossuprimidos e as pessoas com mais de 80 anos.

Ele afirmou ainda, na ocasião, que a vacina da Pfizer, feita em parceria com a alemã BioNTech, seria usada na aplicação da terceira dose.

O comunicado do ministério não mencionou a CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac que está sendo envasada no Brasil pelo Instituto Butantan, vinculado ao governo do Estado de São Paulo.

O imunizante, que deu a largada na campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil em janeiro, é frequentemente atacado pelo presidente Jair Bolsonaro, inclusive com alegações inverídicas e sem embasamento científico. Bolsonaro é inimigo político do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

“Essas decisões foram tomadas em conjunto com Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde) e a Câmara Técnica Assessora de Imunização Covid-19 (Cetai) do nosso ministério”, afirmou a pasta.

Em entrevista coletiva em São Paulo, o presidente do Butantan, Dimas Covas, disse que a não inclusão da CoronaVac no comunicado do ministério é mais um ataque do governo federal ao imunizante.

“Esses ataques repetidos à CoronaVac não são novidade. Nós convivemos com isso quase que diariamente”, disse. “Existem já estudos sobre essa associação de vacinas diferentes, inclusive com a CoronaVac. A CoronaVac acrescenta como terceira dose –isso já publicado, inclusive– um aumento de até cinco vezes a estimulação de anticorpos. Então isso não está baseado em regra técnica, não é um fato científico, é uma preferência do ministro para atingir, obviamente, a CoronaVac”, acrescentou.

Vacinas Coronavac
Em entrevista coletiva em São Paulo, o presidente do Butantan, Dimas Covas, disse que a não inclusão da CoronaVac no comunicado do ministério é mais um ataque do governo federal ao imunizante (Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Na mesma coletiva, o governo de São Paulo anunciou que começará a aplicar a terceira dose, com qualquer vacina que estiver disponível, a partir de 6 de setembro no público maior de 60 anos de idade.

Segundo dados do Ministério da Saúde, até a terça-feira 123,9 milhões de pessoas haviam recebido ao menos uma dose da vacina contra Covid-19 –ou cerca de 59% da população– enquanto 55,7 milhões estavam com esquema vacinal completo –equivalente a cerca de 26,5% da população total do país.

(Atualizada às 15:10)

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