Petróleo

Brasil na Opep+: Veja qual é o poder do cartel de produtores de petróleo

30 nov 2023, 16:34 - atualizado em 30 nov 2023, 16:34
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Um lugar na mesa: reunião de cúpula da Opep+; cartel pode contar com o Brasil a partir de janeiro (Imagem: Divulgação/ Opep)

O Brasil pode se tornar membro da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) em janeiro, segundo a agência de notícias Reuters. Embora o governo brasileiro ainda não tenha confirmado a notícia, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, não esconde o entusiasmo com a ideia.

Silveira está acompanhando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua viagem à Arábia Saudita, um dos mais importantes membros da Opep+. O ministro também deve participar de uma reunião da organização.

Para que o Brasil participe da organização, é necessário que sua candidatura seja aprovada por três quartos dos 13 atuais integrantes.

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Ainda segundo a Reuters, mesmo que ingresse no cartel, o Brasil estuda ficar de fora do sistema de cotas de produção, principal mecanismo de regulação da oferta adotado pela Opep+ para regular os preços internacionais. Nesta quinta-feira (30), por exemplo, a Opep+ aprovou uma nova redução voluntária na produção de seus membros, da ordem de 2 milhões de barris por dia, a partir do começo de 2024.

Mas, afinal, o que é a Opep+ e qual o seu verdadeiro poder, num mundo que caminha para a transição energética, em meio a mudanças climáticas que já transformaram 2023 no ano mais quente de que se tem notícia? Conheça, a seguir, um pouco mais sobre a Opep+ e sua capacidade de influenciar o mundo.

Opep+ concentra 80% das reservas provadas de petróleo do mundo…

Fundada em setembro de 1960 por cinco países (Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela), a Opep+ conta, atualmente, com 13 países-membros: Arábia Saudita, Argélia, Angola, Congo, Emirados Árabes Unidos, Gabão, Guiné Equatorial, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria e Venezuela.

Em 2021, o cartel de produtores e exportadores concentrava 80,4% das reservas provadas de petróleo do planeta, o equivalente a 1,2 trilhão de barris de óleo cru. Venezuela, Arábia Saudita e Irã são os integrantes com maiores reservas, respondendo, respectivamente, por 24,4%, 21,5% e 16,8% de todo o petróleo do mundo.

… Mas responde por apenas 36% da produção mundial

Cientes de que o petróleo é uma fonte não renovável de energia, os países-membros da Opep+ são bastante comedidos na produção. Segundo a edição mais recente do Statistical Review of World Energy, elaborado em conjunto pelas consultorias KPMG e Kearny, e pela Heriot Watt University, a Opep+ produziu uma média de 34 milhões de barris por dia em 2022.

O volume representa 36,3% dos 93,8 milhões de barris diários produzidos pelo mundo no mesmo ano. Essa porcentagem é explicada por dois fatores. De um lado, ao conter a oferta de óleo, a Opep+ segue o objetivo estabelecido pelo seu estatuto, isto é, “conceber caminhos e meios para assegurar a estabilização dos preços nos mercados internacionais de petróleo, visando eliminar flutuações danosas e desnecessárias.”

A reação das nações que não integram o cartel foi reduzir ao máximo sua dependência. Para tanto, investiram na prospecção de novos campos e na produção independente. A produção de óleo de xisto, nos Estados Unidos, e a descoberta do pré-sal, no Brasil, são dois exemplos.

Brasil na Opep+ vai ditar preços globais de petróleo?

Mesmo que outros países procurem se desvencilhar da dependência do cartel, o petróleo é uma commodity internacional, o que significa que os preços convergem para uma referência. Uma das mais poderosas é a ORB (Opec Reference Basket), que fornece uma cotação média diária do barril, a partir dos preços praticados nos 13 principais campos produtores dos atuais membros.

Data ORB (US$/barril) Brent (US$/barril)*
15/nov 84,82 81,18
16/nov 82,22 77,42
17/nov 81,08 80,61
20/nov 84,44 82,34
21/nov 84,75 82,48
22/nov 84,46 81,88
23/nov 83,78 81,25
24/nov 84,16 80,48
27/nov 82,75 79,87
28/nov 83,4 81,47
29/nov 83,89 82,88
*contratos com vencimento em fevereiro

 

 

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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