Giro do Mercado

Brasil tem maior seca de IPOs em 25 anos; últimas aberturas não batem Ibovespa

13 nov 2023, 17:26 - atualizado em 13 nov 2023, 17:42
Há quase dois anos o Brasil não tem uma nova empresa abrindo capital na bolsa (imagem: DALL·E/Money Times)

A crise no mercado de ações brasileiro atinge um marco preocupante: há quase dois anos, nenhuma nova empresa tem aberto capital na Bolsa de Valores do Brasil.

Esta é a mais longa ausência de Ofertas Públicas Iniciais (IPOs) no país desde os anos de 1997 e 1998, destacando as adversidades impostas por um cenário de elevação de juros, tanto local quanto globalmente.

O estudo, divulgado pelo jornal Valor Econômico, aponta para uma realidade desafiadora no setor financeiro brasileiro, onde a escassez de IPOs reflete uma cautela crescente entre investidores e empresas.

IPOs de 2021: de 45, só 9 subiram; desempenho fica atrás do Ibov

Fernando Ferrer, analista da Empiricus, oferece uma perspectiva sobre essa tendência: “As empresas até estão interessadas, mas os investidores estão mais receosos”.

Ele acrescenta que a era do juro zero acabou, citando o exemplo dos Estados Unidos que mantiveram taxas próximas a zero por quase uma década, seguido pelo Brasil que reduziu sua taxa de juros para 2% durante a pandemia.

“Com os juros muito baixo, você como investidor procura tomar mais risco. Por isso vieram muitas empresas para bolsa. Muitas delas vemos que não fazia nem sentido ir para a bolsa, mas os juros estavam a 2%”, explica Ferrer.

O analista também observa um contraste marcante com o ano de 2021, quando 41 ofertas foram realizadas, mas apenas 9 tiveram desempenho positivo, todas ficando atrás do Ibovespa.

Ferrer conclui que muitos IPOs foram realizados por empresas visando arrecadar bilhões naquele momento, com expectativas de lucro futuro, uma estratégia que agora se mostra questionável diante das circunstâncias econômicas atuais.

Confira mais no vídeo abaixo:

repórter
Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
Linkedin
Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.