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Ray Dalio: “A globalização, maior foco de rentabilidade do mundo, já atingiu o pico”

18 jun 2020, 15:04 - atualizado em 18 jun 2020, 16:21
Ray Dalio
A Bridgewater ganhou US$ 58,5 bilhões para seus clientes desde sua fundação em 1975, o maior valor entre hedge funds, de acordo com estimativas da LCH Investments (Imagem: Patrick T. Fallon/Bloomberg)

Uma reversão do forte crescimento das margens de lucro corporativas dos EUA ao longo dos anos pode levar a uma “década perdida” para investidores de renda variável, segundo a Bridgewater Associates, de Ray Dalio.

As margens, responsáveis por grande parte do excesso de retorno das ações em relação às posições em dinheiro, podem sofrer um desvio que iria além da atual desaceleração cíclica dos lucros, escreveram analistas da Bridgewater em relatório a clientes de 16 de junho.

“A globalização, talvez o maior fator de rentabilidade do mundo desenvolvido nas últimas décadas, já atingiu o pico”, disseram os analistas.

“Agora, o conflito EUA-China e a pandemia aceleram ainda mais as iniciativas das multinacionais para trazer de volta e duplicar cadeias de suprimentos com foco na confiabilidade, e não apenas na otimização de custos.”

O colapso da demanda induzido pela pandemia já resultou em enorme queda das margens de lucro no curto prazo, acrescentaram os analistas.

Intel e Taiwan Semiconductor Manufacturing são citadas como dois exemplos de empresas que anunciaram intenções de construir unidades de produção nos EUA, apesar dos custos mais altos.

“Mesmo que os lucros totais se recuperem, algumas empresas morrerão ou suas ações perderão valor ao longo do caminho.

Com níveis mais baixos de lucro e escassez de caixa, as empresas provavelmente sairão do outro lado do coronavírus mais endividadas”, alertaram os analistas.

A Bridgewater ganhou US$ 58,5 bilhões para seus clientes desde sua fundação em 1975, o maior valor entre hedge funds, de acordo com estimativas da LCH Investments.

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“A globalização, talvez o maior fator de rentabilidade do mundo desenvolvido nas últimas décadas, já atingiu o pico”, disseram os analistas (Imagem: Reuters/Simon Dawson)

No entanto, a gigante de hedge funds registrou queda de 15% dos ativos sob gestão durante março e abril, após fortes perdas na principal estratégia de negociação.

Os ativos caíram para US$ 138 bilhões no fim de abril em relação aos US$ 163 bilhões no final de fevereiro, de acordo com documento publicado em 29 de maio no site da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA.

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