BTRA11: BB adota tom negativo por inadimplência e vê desconto de 30% enquanto dividendos ‘queimam’ caixa; entenda

O BTG Terras Agrícolas (BTRA11),fundo imobiliário do agronegócio (Fiagro), conta com uma avaliação negativa pelo BB Investimentos.

De acordo com o BB, o BTRA11 tem utilizado das suas reservas de caixa no pagamento de dividendos, uma vez que as receitas vem sendo impactas pela inadimplência de um dos inquilinos, o Grupo JR.

Em julho, o fiagro divulgou um rendimento de R$ 0,80 por cota, o que representa um dividend yield de 1,03% (ou 12,4% em termos anualizados).

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Para os próximos meses, o BTRA conta com uma reserva de R$ 0,29 por cota, o que é muito pouco na visão do BB para sustentar o nível de distribuição ao longo dos próximos meses.

Além disso, BTRA11 conta com uma carteira de imóveis constituída por apenas seis propriedades rurais, sendo que metade das receitas contratadas vem do Grupo Bergamasco. Na semana passada, o grupo suspendeu os pagamentos nos termos do acordo para renegociar os termos do compromisso firmado em outubro de 2021, que deve gerar um impacto negativo mensal de R$ 0,33 por cota, segundo o BTG.

Visão do BB para BTRA11

Apesar da resiliência do agronegócio, o BB enxerga fundamento negativos quanto ao BTRA11, com perspectivas incertas. Isso porque uma das seis propriedades da carteira de imóveis do fundo está em processo de venda e outra está com inquilino inadimplentes, enquanto as receitas se concentram em três inquilinos (em quatro propriedades).

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Assim, para o banco, o mercado já está precificando o pior cenário, dado que a cota está sendo negociada com um desconto de quase 30% em relação ao valor patrimonial.

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Dessa forma, o BB recomenda aos investidores que já estão posicionados no papel aguardarem uma janela de preços mais interessante para redução.

Sobre o BTRA11

O fiagro tem como objetivo a aquisição de terras agrícolas produtivas (rurais e urbanas) e em fase de transformação (oportunisticamente) localizadas nas principais regiões do território brasileiro.

Em geral, os contratos são de longo prazo e corrigidos pela inflação, além de contarem uma opção de recompra da propriedade do imóvel em favor do antigo proprietário.

Dessa forma, o antigo proprietário poderá ou não executar essa recompra ao final do contrato, mediante o pagamento intermediário de prêmios de opção de recompra ao longo da vida útil da operação, caso o locatário esteja 100% adimplente nos pagamentos anuais dos prêmios.