Carne de frango ganha competitividade frente à bovina; ‘proporção absurda de 1kg para 3kg’, diz analista
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Os preços da carne de frango se enfraqueceram na parcial de abril frente aos de março, enquanto os da proteína suína caíram com um pouco mais de força, e os da bovina registraram leve avanço. As informações são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Assim, no mercado atacadista da Grande São Paulo, o frango inteiro resfriado se desvalorizou, com o quilo sendo negociado por R$ 6,60, recuo de 6,38% no mês, influenciado pelas vendas enfraquecidas neste início de segunda quinzena.
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Para a carne suína, a queda no preço está atrelada à baixa liquidez nos atacados, o que leva frigoríficos a diminuírem o ritmo de aquisições de novos lotes.
Além disso, o feriado de Tiradentes nesta sexta-feira (21), reforça a menor demanda por animais, tendo em vista que frigoríficos trabalham com menos dias de abate.
No caso da carne bovina, as cotações da carcaça casada seguem firmes. Nesse cenário, a competitividade da carne de frango tem caído frente à suína, mas aumentado em relação à bovina, visto que seu preço se aproximou do da proteína suinícola, mas se distanciou do da bovina.
Análise
Fernando Iglesias, analista de proteína animal na Safras & Mercado, explica que o setor de aves convive com um cenário de sobre oferta desde o início de 2023, mesmo com exportações recordes registradas em março.
“As exportações de carne de frango devem registrar um novo recorde em abril, e apesar dessa cenário, o mercado interno não tem absorvido essa oferta elevada. Quando você vai no supermercado, você compra 1 quilo de carne bovina para 3 quilos de frango, uma proporção absurda”, pontua.
Apesar do cenário de queda nos preços da proteína bovina, o recuo mais intenso para o frango, que deve manter a proteína avícola mais competitiva.