Retrospectiva 2023

Casas Bahia (BHIA3): Após cair 81% em 2023, vai ‘assombrar’ os investidores em 2024?

18 dez 2023, 9:49 - atualizado em 18 dez 2023, 9:04
Casas Bahia Bhia3 via Viia3
Ações da Casas Bahia são o destaque negativo do Ibovespa em 2023 (Imagem: YouTube/Casas Bahia)

As ações da Casas Bahia (BHIA3) são o destaque negativo do Ibovespa (IBOV) em 2023, acumulando queda de 81,38% até a primeira quinzena de dezembro.

No pregão de sexta-feira (15), BHIA3 fechou cotada a R$ 11,17, após grupamento dos papéis ordinários de emissão da companhia à razão de 25:1.



De acordo com o analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer, as ações da varejista sofreram com o cenário macroeconômico em 2023. O ano começou com muito ruído politico, juros altos — a 13,75% –, inflação elevada e população endividada, o que reduziu a propensão ao consumo.

Além disso, Ferrer destaca o desempenho operacional ruim da Casas Bahia. A companhia reportou dados fracos nos últimos vários trimestres e segue com uma promessa “eterna” de turnaround, que não sai do papel.

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Ainda do lado operacional, o analista ressalta a troca do management da varejista este ano e a oferta de ações “falha”.

“A empresa já está endividada, com o operacional ruim e tem uma dificuldade de se reerguer há um tempo. E aí, houve essa troca de management com oferta a um preço abaixo do preço de tela”, explica. “Isso acelerou ainda mais a queda”.

Casas Bahia vai seguir em derrocada em 2024?

O cenário para o varejo deve ser menos nebuloso em 2024. “Se 2023 começou com um cenário mais desafiador, 2024 começa com novo mood. Após quatro sequências de queda de 50 pontos base da Selic, observa-se um movimento claro de melhora”, diz Ferrer.

A perspectiva para o setor é positiva, com a inflação em constante queda e o consumidor voltando a ter espaço na renda. “Fico um pouco mais animado com o varejo. Ainda não acho que vai ser o grande ano do varejo, mas acho que a gente pode ter uma melhora”, avalia.

No entanto, apesar do otimismo com o setor, o futuro da Casas Bahia segue uma “incógnita”, diz o analista da Empiricus.

Isso porque para dar início a um processo de recuperação, a empresa precisaria de um turnaround. Entretanto, em termo operacionais, ainda é muito difícil realizá-lo.

“Trata-se de uma empresa de operação muito grande de margens baixas, mas faturamento alto e ainda endividada. Se fosse menor seria muito mais fácil”, diz.

Ferrer ainda ressalta que os investidores segue “céticos” em relação à Casas Bahia, uma vez que o turnaroud é anunciado há muito tempo, mas não são observadas melhoras. “Mercado livre e Amazon seguem ganhando espaço. Casas Bahia não recuperou terreno mesmo após o caso da Americanas”.

A recomendação da Empiricus para BHIA3 é neutra. “Virou um papel muito volátil, pequenos burburinhos o fazem se movimentar bastante e a gente não gosta disso”, diz.

As maiores quedas do Ibovespa em 2023*

Empresa Ticker Queda (%)
Casas Bahia BHIA3 81,38
Pão de Açúcar PCAR3 41,55
Minerva BEEF3 40,68
Alpargatas ALPA4 40,58
Petz PETZ3 37,03

*Com base no fechamento de 15/12/2023

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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