Internacional

Casos de Covid disparam e podem atingir campanha de Donald Trump

28 out 2020, 13:57 - atualizado em 28 out 2020, 13:57
Coronavírus
O aumento de casos também coloca Trump na defensiva e mantém o foco, no final da corrida, em sua gestão da pandemia (Imagem: Pixabay)

Os números recordes de casos de coronavírus nos Estados Unidos chegam no pior momento político possível para Donald Trump.

O presidente dos EUA, que passou meses atacando o voto por correio, precisa de uma participação significativa no dia da eleição para ter qualquer esperança de superar os números decrescentes nas pesquisas e a vantagem dos democratas na votação por correio.

Mas o aumento do número de casos e das hospitalizações em estados-chave, sem maioria democrata ou republicana, pode impedir alguns republicanos de votar, embora o partido insista que seguidores de Trump continuam muito motivados a comparecer.

O aumento de casos também coloca Trump na defensiva e mantém o foco, no final da corrida, em sua gestão da pandemia, a qual o democrata Joe Biden tornou peça central da campanha, pois o presidente passou os últimos oito meses minimizando a Covid-19 e insistindo que o vírus desapareceria.

Pesquisa do Washington Post /ABC News divulgada na quarta-feira indica que o avanço do coronavírus em certas regiões dos EUA pode estar impactando a candidatura de Trump.

Em Wisconsin, onde o surto atingiu níveis recordes recentemente, os prováveis eleitores favorecem Biden em 17 pontos percentuais em relação a Trump (57% contra 40%), de acordo com a pesquisa. Os resultados podem ser atípicos, já que estão muito à frente de outras pesquisas no estado, que mostraram uma vantagem menor de 5,5 pontos na média da RealClearPolitics na terça-feira.

“Até certo ponto, isso vai lhe custar alguns votos”, disse Ed Rollins, estrategista republicano que é presidente do comitê de ação política pró-Trump Great America. “Nosso voto vai aparecer, mas preferiria tê-lo na caixa do correio a esperar que compareçam.”

O avanço da Covid dificultará a execução dos planos de participação eleitoral dos republicanos, especialmente quando pesquisas mostram Trump atrás de Biden, disse Kevin Madden, estrategista republicano e assessor sênior de Mitt Romney na campanha presidencial de 2012.

A preocupação com Trump não é apenas sobre o comparecimento, mas também a ansiedade econômica gerada pela pandemia e isso como afetou eleitores mais velhos, que são um eleitorado importante para o presidente, bem como eleitores da classe trabalhadora e rural que o apoiaram em 2016 e podem “ter um pouco de remorso”, disse Madden.

“Se um eleitor entrar no local de votação pensando sobre a pandemia de coronavírus, sairá tendo votado para Joe Biden”, disse Ben Wikler, presidente do Partido Democrata de Wisconsin.

Ao mesmo tempo, também existem riscos para Biden. Os eleitores negros, entre os maiores seguidores de Biden, também foram muito atingidos pelos casos de Covid nas semanas anteriores à eleição no decisivo estado da Carolina do Norte.

Especialistas dizem que isso pode diminuir o comparecimento. Mas esse estado é um caso atípico: em todo o país, as maiores comunidades negras nunca tiveram menos casos de coronavírus em relação a outros condados do que agora.

O aumento dos casos também pode causar falta de funcionários eleitorais, o que reduz o número de locais de votação nas áreas urbanas e afeta desproporcionalmente eleitores democratas. E há preocupações de que um grande número de cédulas enviadas por correio por democratas em resposta à pandemia possa ser rejeitado por causa de atrasos na entrega ou por motivos técnicos.

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