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Cemig (CMIG4) federal? 5 Casas Bahias evaporam do valor de mercado; Bradesco vê mais queda

24 nov 2023, 20:30 - atualizado em 24 nov 2023, 20:35

Cemig

A Cemig (CMIG4) encerra a semana com tombo de quase 20%, perda que chega a R$ 5,8 bilhões em valor de mercado, o que equivale a quase cinco Casas Bahia (BHIA3), que hoje vale R$ 1,28 bilhão na bolsa, segundo dados coletados pelo consultor Einar Rivero.

O tropeço da estatal ocorre após a federalização da estatal ganhar força. Na última quarta, a empresa confirmou que o estado de Minas Gerais está estudando a troca.

No entanto, a queda vista pode ser só o início se o processo de federalização da elétrica avançar, vê o Bradesco BBI em relatório enviado a clientes.

A corretora calcula que uma Cemig federalizada teria queda de Taxa Interna de Retorno de 15% a 17%, implicando um preço de R$ 8,90 a R$ 7,50 por ação.

Para os analistas Francisco Navarrete e Ricardo França, a federalização da Cemig parece um movimento estranho, pois, se confirmada, representaria um grande afastamento da atual estratégia seguida pelo governo estatual, que implicava tentativa de privatizar a Cemig e a Copasa (CSMG3).

“Além disso, a participação do Estado na Cemig vale R$ 6,4 bilhões a valor de mercado, um valor insignificante em comparação com o total da dívida”, discorrem.

Do ponto de vista do Governo Federal, possuir ativos de distribuição no passado foi experiência amarga, dados os desafios operacionais em comparação com os ativos de geração e transmissão.

“Por fim, historicamente o legislador mineiro tem sido bastante apegado à Cemig, sempre se opondo a mudanças de controle que acabariam por reduzir sua influência na empresa”, completam.

Federalização da Copasa e Cemig: Qual o impacto da mudança para as empresas? Saiba o que fazer com as ações no Giro do Mercado desta quinta-feira (23), é só clicar aqui:

O que fazer com o papel?

A Copel já era uma ação fora do radar de analistas antes mesmo da federalização ganhar força. De cinco casas consultadas pelo Money Times, todas possuem recomendação neutra. A justificativa é que, apesar de ter uma boa gestão, a ação não negocia em termos atrativos. Em bom português, o papel está caro.

“Antes dessas manchetes, víamos a Cemig como ação com preço justo, negociada a TIR real implícita de 8,8%. Nesse nível, preferimos nomes como Energisa (ENGI11), Copel (CPLE6) e Equatorial (EQTL3)”, explica o BTG.

Na visão do Bradesco, se a federalização for abandonada, a ação teria um bom motivo para avançar.

“Por enquanto, e após a queda de preços de ontem, mantemos nossa recomendação neutra até obtermos evidências de que a federalização da Cemig é de fato um trabalho em andamento (ou seja, atribuímos uma baixa probabilidade de federalização da Cemig neste momento)”, coloca.

Já o Itaú BBA classifica como difícil encontrar conforto com um ponto de entrada dadas as implicações da mudança na equipe de gestão e na estratégia.

A R$ 11/ação, a CMIG4 está sendo negociada a uma TIR implícita de 13,6%.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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