Internacional

China deve cortar juros a partir de setembro, mas movimento tende a ser gradual

28 ago 2019, 8:56 - atualizado em 28 ago 2019, 8:56
Banco do Povo da China
Consequência da frágil relação comercial EUA-China, especula-se corte de juros chinês como forma de frear desaceleração (Imagem: Reuters/Petar Kujundzic)

A deterioração dos laços comerciais entre a China e os Estados Unidos e reformas nas taxas de juros estão alimentando especulações de que a China começará a cortar os juros a partir do próximo mês, mas os banqueiros esperam que os custos dos empréstimos caiam apenas gradualmente, oferecendo suporte limitado à desaceleração econômica.

As autoridades chinesas precisam estimular o debilitado investimento para salvar empregos, mas grandes cortes nos juros podem alimentar um aumento adicional da dívida e reduzir as margens de lucro dos bancos, aumentando os riscos do setor financeiro.

Ainda assim, à medida que a economia esfria, analistas dizem que reformas marcantes lançadas na semana passada abriram caminho para os primeiros cortes nas principais taxas de juros da China em quatro anos, com uma ação esperada para meados de setembro, coincidindo com o esperado afrouxamento monetário pelo Federal Reserve.

A expectativa é que os cortes iniciais nas taxas sejam modestos, à medida que bancos e reguladores se acostumam ao novo sistema de precificação de empréstimos mais orientado para o mercado. O Banco do Povo da China não pressionará muito os credores a reduzir os juros no início, disseram analistas.

Para reduzir a pressão sobre os bancos, espera-se que o banco central reduza primeiro seus custos de financiamento reduzindo a taxa de empréstimo de médio prazo (MLF, na sigla em inglês). Isso abrirá as portas para corte na nova taxa básica de empréstimos (LPR, na sigla em inglês) do Banco do Povo da China na próxima vez que for definida, em 20 de setembro.

A MLF forma a base da nova taxa LPR, mas os bancos podem adicionar um prêmio para refletir os custos de financiamento e os riscos de crédito.

“Seja qual for a taxa final, as margens líquidas dos bancos menores serão reduzidas com certeza”, disse o chefe do departamento de um banco comercial, que pediu para não ser identificado.

No que foi visto como um movimento simbólico, a LPR de um ano foi fixada em 4,25% na semana passada, uma queda de 6 pontos-base ante 4,31% anteriormente e 10 pontos-base abaixo da taxa de empréstimo de referência de um ano existente, que ainda se aplicará a empréstimos mais antigos. A MLF atual é de 3,3%.

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