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China irá voltar atrás na proibição de mineração cripto? Entenda o que está acontecendo

26 out 2021, 16:04 - atualizado em 26 out 2021, 16:04
Bandeira China
A proibição ao setor cripto causou uma grande emigração de mineradores de bitcoin da China, a qual já foi responsável por 50% da taxa de hashes mundial (Imagem: Pixabay/glaborde7)

Conforme informado pelo Decrypt, nesta terça-feira (26), surgiram rumores no Twitter de que o governo chinês teria se arrependido de proibir o setor cripto, após o bitcoin (BTC) ter atingido uma nova máxima histórica na semana passada.

A proibição ao setor cripto causou uma grande emigração de mineradores de bitcoin da China, a qual já foi responsável por 50% da taxa de hashes mundial.

No entanto, segundo o correspondente do Decrypt no país, a população chinesa está muito cética em relação à nova possibilidade de retorno da mineração cripto.

De acordo com o Decrypt, os rumores provavelmente foram gerados por dois motivos.

O primeiro deles seria que, no dia 21 de outubro, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China afirmou que acrescentaria a mineração de moedas virtuais para sua lista de indústrias extintas, depois que obtivesse a opinião da população.

A adição de um tipo de indústria à lista faz com que ela seja eliminada da parte continental da China.

Em 2019, a Comissão propôs adicionar a mineração cripto à lista, mas voltou atrás após a opinião pública. Por esse motivo, algumas pessoas acreditam que a opinião da população poderia libertar a indústria de mineração cripto novamente.

Porém, para o correspondente do Decrypt, isso é impossível, visto que, no ano passado, o governo chinês se comprometeu a ser neutro em emissões de gás carbônico.

Além disso, os legisladores do país acreditam que o processo de mineração de criptomoedas desperdiça energia e é um dos obstáculos para seus esforços de combate ao aquecimento global, que é uma das prioridades do governo chinês.

Ainda, segundo o Decrypt, a maior parte da população chinesa é contra a mineração de bitcoin, por esta ser uma área que não gera empregos e pelos mineradores não pagarem impostos ao governo.

O segundo motivo que teria gerado os rumores estaria ligado ao fato de que a Comissão do país replicou a notícia de que os Estados Unidos agora detêm a maior taxa de hashes do mundo. Isso significa que a reguladora se arrepende de ter proibido a mineração cripto?

Decrypt ainda levantou uma outra hipótese de interpretação da replicação da notícia pela Comissão: alguns oficiais do governo chinês acreditam que o aumento da mineração de bitcoin nos Estados Unidos prejudicaria a trajetória deste na eliminação da emissão de carbono, o que acarretaria no rompimento da ordem financeira americana.

Isso faria da replicação da notícia somente uma forma de regozijo. Ou, ainda, poderia apontar somente que o governo chinês teria completado, com sucesso, sua tentativa de combater a mineração de bitcoin.

Com isso, qual seria afinal o status verdadeiro do setor no país asiático? Muito rígido, segundo o correspondente do Decrypt.

Inspeções em busca de endereços de protocolo de internet (IP) que mineram cripto estão sendo feitas inclusive por pequenos governos locais. Além disso, um grande número de empresas de mineração de bitcoin deixou a China ou encerrou suas atividades.

Algumas companhias que fabricam hardwares para mineração, como Bitmain, já anunciaram que não irão mais enviar aparelhos para a China continental.

A partir desses apontamentos, é possível perceber que o governo chinês vê a mineração de bitcoin como um inimigo do objetivo de neutralizar as emissões de carbono. Segundo o Decrypt, um portal oficial de notícias econômicas afirmou que:

“A mineração de bitcoin tem alto consumo energético, alta poluição, alto risco e baixa produção. Ela só irá competir pela preciosa energia e desperdiçar enormes recursos.”

Apesar de já ter dominado a indústria de mineração cripto, parece que está claro que a China está prestes a se retirar totalmente do mercado, sem qualquer previsão de retorno futuro.

Repórter
Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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