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China menos arriscada, estatais baratas, fim do ciclo de juros: 4 motivos para acreditar que a bolsa está lucrativa

23 set 2022, 11:42 - atualizado em 23 set 2022, 11:42

Após o fim do ciclo de alta dos juros no Brasil, investidores têm um motivo a mais para investir em bolsa, afirma o gestor Cassio Bruno, da Moat Capital, em entrevista ao 13º episódio do podcast Market Makers, apresentado por Thiago Salomão e Renato Santiago.

“O valuation (da bolsa) é muito barato, o mais barato na minha carreira de 20 anos”, destaca.

Durante o programa, Cassio citou, pelo menos, quatro motivos para ficar otimista com a bolsa brasileira. Veja:

Prêmio de risco

Segundo o gestor, por mais que haja um prêmio risco político grande, provocado pela incerteza, “não só pela incerteza de quem é o próximo presidente, mas qual é a política econômica”, esse prêmio se fecha, seja quem for o presidente.

“Fecha de jeitos diferentes. No Bolsonaro, as estatais são beneficiadas, no Lula muito menos. Mais acho que tem bastante prêmio de risco”, pondera.

De acordo com ele, Banco do Brasil e Petrobras continuam baratas, mesmo com a disparada no ano. PETR4 sobe 67%, PETR3 66,26% e BBAS3 54%.

“Negócio barato, mesmo essas estatais”, completa.

Outro aspecto lembrado pelo gestor é que as empresas, de forma geral, estão uma pechincha. Mas, mais do que isso, são papéis de qualidade.

Veja o episódio na íntegra:

Fim do ciclo dos juros

Para Cassio, o ciclo de juros acabou e, agora, os mercados começam a discutir a queda da Selic.

Economistas esperam corte da Selic no segundo semestre de 2023, avaliando que o comunicado do Copom divulgado na noite de quarta-feira.

Na noite de quarta-feira, o Banco Central decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano, pausando às vésperas da eleição presidencial um agressivo ciclo de aperto monetário, com 12 altas seguidas da taxa.

Pouca alocação em bolsa

Segundo o gestor, esse é um aspecto importante, mas pouco lembrando.

“Estamos com alocação de bolsa no Brasil muito baixa. O índice que olhamos é qual o percentual dos fundos que está em bolsa. O histórico é 12% e estamos próximos de 5%”, argumenta.

Ou seja, isso pode indicar um ‘fundo do poço’. Ademais, ele lembra que não há muitos resgates de recursos para acontecer, enquanto os estrangeiros aportam capital.

Até 20 de agosto, o estrangeiro aportou R$ 70,19 bilhões na Bolsa brasileira em 2022, segundo dados da B3. No mês, o saldo é positivo em R$ 41,9 milhões.

Veja o episódio na íntegra:

China menos arriscada

Grande dependente de commodities, e especialmente da China, a bolsa pode ter ganhos com uma possível retomada chinesa.

Cassio destaca que “quando o risco materializou, diminui-se o risco”. Ou seja, que hoje é muito menos arriscado comprar empresas ligadas à China no que era há seis meses.

Apesar disso, o gestor diz que o país já colhe os frutos do seu sucesso, com uma urbanização já avançada, o que pode diminuir o potencial do seu crescimento.

Mesmo assim, Cassio diz que a potência asiática tem “miniciclos”.

“Então o governo coloca, agora eu quero que cresça. E o governo tem feito isso. O que aconteceu é que ele tentou fazer isso uma vez e mesmo assim foi para baixo. Pós nomeação do Xi Jinping, talvez tenha uma chance da China crescer”, avalia.

Um possível fim da política de Covid zero também é outro catalizador importante para o crescimento chinês.

“Se o Xi acabar com o Covid zero, o mercado vai ‘raliar’ (subir) bastante. A simetria que temos é grande também para commodities. É algo que não tínhamos há dois anos. Estamos comprando Vale (VALE3)”, expõe.

Outras empresas citadas e ligadas à commodities foram Petrobras, 3R (RRRP3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4).

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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