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Cielo (CIEL3) tem desempenho ‘nada impressionante’ no 1T24; o que fazer com as ações?

26 abr 2024, 14:39 - atualizado em 26 abr 2024, 14:39
Cielo
A Cielo reportou o balanço do primeiro trimestre de 2024 na quinta-feira (26), após o fechamento do mercado (Imagem: Reprodução/Cielo)

A Cielo (CIEL3) reportou os números referentes ao primeiro trimestre de 2024 (1T24) ontem (25), após o fechamento do mercado. O balanço não mexeu de forma expressiva com as ações, que performam em leve queda no pregão desta sexta-feira (26), recuando 0,36%, por volta das 14h25.



Na avaliação dos analistas Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel, do BTG Pactual, o balanço não trouxe grandes surpresas, com um desempenho “nada impressionante” no período.

Os analistas destacam que no primeiro trimestre do ano, e mais especificamente em março, a empresa enfrentou problemas de TI (tecnologia da informação) ao fazer pagamentos, o que, combinado com o processo de deslistagem, levou provavelmente a uma maior deterioração na retenção de clientes.

Com isso, ponderam ainda que a Cielo enfrentou uma perda de participação de mercado para pares como Stone, Rede e PagBank.

Já os analistas do Santander, Henrique Navarro, Arnon Shirazi e Anahy Rios, avaliam que a Cielo teve um trimestre decepcionante, devido às fracas tendências operacionais, e foi salva por uma receita tributária positiva.

“Os resultados do 1T24 devem ser vistos como uma leitura cruzada para outros concorrentes do setor. Acreditamos que a Stone deverá ser a principal beneficiária da fraqueza da Cielo”, ponderam.

Pedro Leduc e equipe, do Itaú BBA, também veem o resultado como ligeiramente negativo, tendo em vista que o “atraente” valor do lucro em R$ 503 milhões mascara algumas tendências negativas subjacentes.

“O volume de declínio da Cielo, os problemas operacionais e as consequentes perdas de participação de mercado implicam bons volumes para os demais pares do setor que ainda não foram divulgados”, explicam os analistas.

O BTG e o BBA têm recomendações neutra e market perfom para CIEL3, com preços-alvo em R$ 5,90 e R$ 5,60, respectivamente. Já o Santander tem avaliação outperfom (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente à compra) para as ações, com alvo de R$ 6.

Balanço da Cielo no primeiro trimestre de 2023

Cielo (CIEL3) encerrou o primeiro trimestre deste ano com lucro líquido recorrente de R$ 503,1 milhões, um crescimento de 14,1% em relação ao mesmo período de 2023. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, a credenciadora teve lucro 4,6% maior.

O resultado da empresa no primeiro trimestre foi o maior em cinco anos. Segundo a Cielo, o desempenho foi reflexo da melhoria do resultado financeiro, da redução de custos nos serviços prestados e também de uma maior eficiência tributária. Estes fatores foram parcialmente compensados pelos investimentos que a companhia tem feito na transformação e na expansão da força de vendas.

No trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 746,7 milhões, uma queda de 24,9% em termos anuais. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve baixa de 25,3%.

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No trimestre, a margem Ebitda da Cielo foi de 29,1%, uma queda de 9,6 pontos porcentuais em 12 meses. De acordo com a companhia, o programa de transformação, em conjunto com a expansão da força comercial, explicam a queda dos indicadores ligados ao Ebitda.

A receita da credenciadora foi de R$ 2,563 bilhões no período, baixa de 0,3%. A receita da Cielo Brasil, que responde pelo negócio de credenciamento, foi de R$ 1,523 bilhão, queda de 3,4%.

As despesas operacionais da companhia somaram R$ 566,6 milhões no primeiro trimestre, uma alta de 63,7% em um ano. Houve crescimento em todas as principais linhas: as despesas de pessoal subiram 41,5%, para R$ 332,4 milhões, enquanto as despesas de vendas e marketing subiram 162,7%, para R$ 33,1 milhões.

Houve alta de 162% em outras despesas operacionais, para R$ 105,6 milhões, o que, de acordo com a Cielo, decorre de maiores provisões para perdas operacionais.

*Com Estadão Conteúdo

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Foi redatora na área de marketing digital por 2 anos e ingressou no Money Times em 2022.
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