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Coca-Cola entra no mercado de cervejas; má notícia para Ambev, pontua BTG

12 ago 2021, 17:08 - atualizado em 12 ago 2021, 17:13
Therezópolis
A Coca-Cola e a Andradina fizeram um acordo para adquirir a Therezópolis (Imagem: Facebook/Therezópolis)

A Coca-Cola e a Andradina fizeram um acordo para adquirir a Therezópolis, uma produtora de cerveja artesanal no Brasil. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já foi informado sobre a negociação.

A compra da empresa pela Coca-Cola pode aumentar competição no setor de bebidas, o que é uma má notícia para a Ambev (ABEV3), informou o BTG Pactual em relatório enviado aos clientes e obtido pelo Money Times nesta sexta-feira (12).

“Não apenas vemos menos riscos com a transição gradual das marcas Heineken e Amstel para o sistema de distribuição da Schin, mas também vemos os engarrafadores continuando a ser players relevantes de cerveja com o claro potencial de ganhar escala adicional à medida que novas marcas sejam adicionadas aos seus caminhões”, disseram os analistas.

Além disso, o banco comentou que mesmo sem a renovação do contrato da Heineken, há a possibilidade de que eles tenham escala suficiente para continuar sendo um concorrente relevante em cerveja.

“Em nossa opinião, um ambiente competitivo mais acirrado é uma das razões para os retornos marginais da Ambev piorarem no Brasil”, concluiu a instituição financeira.

Sombra da Heineken e da inflação faz Santander deixar de recomendar a ação

Santander rebaixou, no final de junho, a recomendação da Ambev de compra para neutra após a empresa subir 20% no ano e se aproximar do preço-alvo estabelecido pelo banco.

Ambev
O Santander rebaixou, no final de junho, a recomendação da Ambev de compra para neutra (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

De acordo com o documento, assinado pelos analistas Alan Alanis, Héctor Maya e Pablo de Abiega Urrea, apesar de pontuarem que a empresa continuará inovando, executando com excelência e recuperando a participação de mercado perdida para a Heineken, o rápido aumento da taxa de juros, que pode chegar ao fim do ano com até 7%, deverá prejudicar as operações da companhia.

“Estamos mais cautelosos com a recuperação econômica, especialmente no que diz respeito ao consumo, mesmo de alimentos básicos”, afirmam.

Além disso, há a possibilidade da Heineken encerrar o acordo com a Coca-Cola, que distribui suas cervejas no Brasil.

“Se isso acontecesse, a Heineken evitaria cometer o erro estratégico de deixar de vender sua marca carro-chefe por meio do Sistema Coca-Cola, como fez com tanto sucesso nos últimos anos, intensificando novamente o ambiente competitivo em relação à AmBev”, apontam.

Por outro lado, os preços mais fortes que o esperado e os ganhos de participação de mercado devem dar uma força para as ações da Ambev.

O que os resultados da Heineken dizem sobre Ambev?

Os resultados reportados pela Heineken no início do mês apenas ressaltam como a Ambev se saiu bem na crise, disse o BTG Pactual (BPAC11). Na opinião do banco, a companhia brasileira foi a mais beneficiada pelo aumento temporário da renda disponível no Brasil, levando a uma demanda mais forte por cerveja.

A Heineken reportou fortes receitas e volumes com a flexibilização das restrições da Covid-19 no primeiro semestre, com aumento de cerca de 20% dos embarques de cervejaria Heineken, puxado pela demanda no Brasil, China, Vietnã e Nigéria.

Ambev-Cerveja
A Heineken reportou fortes receitas e volumes com a flexibilização das restrições da Covid-19 no primeiro semestre (Imagem: Ambev/Divulgação)

O lucro operacional da empresa, em uma base orgânica, subiu para € 1,6 bilhão, superando as estimativas dos analistas, que esperavam algo em torno de € 1,2 bilhão.

Segundo o BTG, a combinação de fortes volumes e preços nas categorias premium e mainstream sugere que a participação de mercado da Heineken nessas categorias permanece abaixo de seu brand equity, sinalizando um ambiente de competição mais acirrada.

Os resultados da Ambev saíram na última quinta-feira. A cervejaria registrou nos primeiros seis meses do ano lucro líquido ajustado de R$ 5,7 bilhões, salto de 120,1% no comparativo anual.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado subiu 40% no comparativo anual e somou R$ 10,6 bilhões.

No segundo trimestre, a Ambev mais que dobrou seu lucro. O montante atingiu quase R$ 3 bilhões, representando um salto de 115,9% em relação a um ano antes.

O Ebitda, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, teve crescimento de 24% e totalizou R$ 5,2 bilhões.

A receita líquida mostrou ganhos de 36%, impulsionada por iniciativas de “premiunização”, inovação e gestão de receita. A Ambev reportou os maiores volumes consolidados já registrados em um segundo trimestre.

Repórter
Formado em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em Julho de 2021. Bruno trabalhou no Money Times, como estagiário, entre janeiro de 2019 e abril de 2021. Depois passou a atuar como repórter I. Tem experiência com notícias sobre ações, investimentos, empresas, empreendedorismo, franquias e startups.
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Formado em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em Julho de 2021. Bruno trabalhou no Money Times, como estagiário, entre janeiro de 2019 e abril de 2021. Depois passou a atuar como repórter I. Tem experiência com notícias sobre ações, investimentos, empresas, empreendedorismo, franquias e startups.
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