Resultados

Cogna (COGN3) reverte prejuízo e lucra R$ 11 mi no 2º tri, com forte alta na geração de caixa

09 ago 2023, 20:26 - atualizado em 09 ago 2023, 20:26
Unopar, Kroton, Cogna
Presidente-executivo da Cogna, Roberto Valério Neto, afirmou que os números do segundo trimestre mostram consistência de crescimento (Imagem: YouTube/Kroton)

A Cogna (COGN3) teve lucro líquido ajustado de 11 milhões de reais de abril a junho, revertendo prejuízo de 36,6 milhões sofrido um ano antes, em trimestre marcado por crescimento de receitas e forte expansão na geração de caixa operacional.

Em termos não ajustados, o grupo de educação ainda apurou prejuízo líquido de 47,3 milhões de reais, bem menor do que a perda de 101 milhões de um ano antes, mas ainda afetado por amortizações relacionadas a aquisições.

A receita líquida cresceu 20%, para 1,39 bilhão de reais, com expansão nas três unidades de negócios – Kroton (+11,8%), Vasta (+43%) e Saber (+103%). O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente somou 426 milhões de reais, alta também de 20%, com margem estável em 30,7%.

Previsões compiladas pela Refinitv apontavam lucro líquido de 3,6 milhões de reais, com Ebitda de 404,3 milhões e receita de 1,31 bilhão.

O presidente-executivo da Cogna, Roberto Valério Neto, afirmou que os números do segundo trimestre mostram consistência de crescimento, enquanto enxerga um horizonte positivo para a economia nos próximos meses, com declínio da taxa básica de juros e avanço do arcabouço fiscal no país.

“Olhando para a frente, se a economia ajudar, tem tudo para continuar entregando bons resultados”, disse o executivo à Reuters, acrescentando que está mais otimista sobre a conjuntura agora do que estava no final do primeiro trimestre.

A companhia apurou geração de caixa operacional após investimentos de 171 milhões de reais, elevação de 52% ano a ano. O fluxo de caixa livre do período somou 90,2 milhões de reais, ante consumo de caixa de 99,4 milhões no mesmo período do ano passado.

O endividamento da Cogna medido pela relação dívida líquida sobre Ebitda recuou a 1,98 vez no final do mês passado, pela primeira vez abaixo de 2 vezes em nove trimestres, de 2,03 vezes no término de março e 2,09 vezes no segundo trimestre de 2022. O custo médio da dívida era de CDI mais 2,03%.

O executivo acrescentou que o foco principal da companhia permanece em reduzir a alavancagem, mas não descartou eventuais aquisições “pequenas e estratégicas”, como o investimento na fintech focada em escolas do ensino básico Educbank, no ano passado. A Cogna terminou junho com 3,36 bilhões de reais em dívida líquida ante 3,22 bilhões um ano antes.

No segundo trimestre, a ação da Cogna valorizou-se 74,3%, enquanto o Ibovespa avançou 15,9%. No período, o volume negociado dos papéis somou 4,8 bilhões de reais, resultando em um volume médio diário negociado de 79 milhões de reais.

Mais alunos e provisão menor

Na unidade de ensino superior Kroton, que teve receita líquida de 1,04 bilhão de reais, houve aumento da base de alunos na graduação, de 5,8%, para 982.983, oitavo trimestre seguido de alta, com destaque para o segmento de alta presencialidade, que mostrou incremento de 15,3%. Na pós-graduação, a base final subiu 20%.

O ticket médio dos alunos de alta presencialidade aumentou 9,3% no primeiro semestre, influenciado tanto por pagantes, quanto pelos programas Fies e PEP. No ensino a distância premium, caiu 4,6%. Na baixa presencialidade, subiu 3,1% nos cursos 100% digital e 1,9% no semipresencial.

O Ebitda recorrente da Kroton avançou 9,7%, para 396,4 milhões de reais, com margem de 38,2%, ante 39% um ano antes.

A linha de provisões para inadimplência do segundo trimestre caiu 5% versus o segundo trimestre, resultando em redução da razão entre provisão e receita de 13,2% para 11,2%, com a empresa citando assertividade na estratégia de captação de alunos e melhora na capacidade de pagamento dos estudantes.

A KrotonMed teve alta de 27,7% na receita líquida, a 194,5 milhões de reais, enquanto o Ebitda recorrente saltou 50%, a 106 milhões, com a margem subindo de 46,2% para 54,3%.

A divisão Vasta, de produtos para escolas de ensino básico, apurou receita líquida de quase 271,4 milhões de reais de abril a junho. De acordo com a Cogna, no comparativo de resultados acumulados entre os ciclos de 2023 e 2022, a receita líquida cresceu 21,7%, atingindo 1,18 bilhão de reais, sendo 85,8% desse total referente a faturamento de subscrição.

A empresa explicou que o período de abril a junho é o terceiro do trimestre do ciclo comercial de 2023 para a Vasta e que os resultados representam um atingimento de 82,3% da previsão de valor anual de contrato (ACV) de 1,23 bilhão de reais para o ciclo de 2023.

O Ebitda recorrente da Vasta somou 31,6 milhões de reais no segundo trimestre, um salto de 971,7% ano a ano, com a margem alcançado 11,6%, de 1,6% no mesmo período de 2022.

Em relação à Saber, o trimestre teve receita líquida de 87,7 milhões de reais, com Ebitda recorrente negativo em 2 milhões, afetado por um descasamento envolvendo o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), com receitas oriundas do ciclo de 2023, mas despesas com produção e divulgação para 2024.

Ainda assim, o resultado ficou abaixo da perda de 9,2 milhões de reais um ano antes e, segundo Valério, foi melhor do que era esperado pela companhia.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.