Ibovespa (IBOV): O que esperar da Bolsa logo após as eleições?
O Ibovespa (IBOV) tem potencial para subir cerca de 25% até o final de 2023, mas logo após as eleições o mercado local terá como âncora o medo de recessão global, seguindo o humor de Wall Street, disseram analistas.
Investidores ainda estão preocupados com o aperto agressivo da política monetária pelo Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, e seu impacto na economia global. O mau humor tem contaminado as principais Bolsas.
“O próximo aumento de juro não acontecerá até o início de novembro, mas há uma certeza, na prática, de que isso acontecerá”, disse o diretor administrativo de operações e derivativos da Charles Schwab, Randy Frederick.
O gestor de renda variável da Daycoval Asset, Anand Kishore, disse ao Money Times ver o Ibovespa oscilando entre 105 e 115 mil pontos até dezembro – hoje está em 109 mil pontos. “Acho que o cenário externo vai criar uma volatilidade de curto prazo”, comentou.
Ele disse ter dúvidas sobre o rali do mercado local no pós-eleição – o primeiro turno será no próximo domingo (2); a segunda etapa está marcada para 30 de outubro.
Para Kishore, a Bolsa brasileira tem um potencial de alta maior no primeiro trimestre de 2023, conforme fique claro a relação do novo governo com o Congresso Nacional, assim como a composição do Executivo e do Legislativo.
O Santander, no entanto, disse que os últimos quatro ciclos eleitorais no Brasil mostraram uma compressão de aproximadamente 60 pontos-base nos rendimentos dos títulos do governo nos três meses seguintes, abrindo caminho para a renda variável.
“Nossos dados indicam uma alta de 9% [para o Ibovespa] três meses após os resultados das eleições e uma compressão de aproximadamente 60 pontos-base nos rendimentos dos títulos do governo”, disse a estrategista de ações Aline de Souza Cardoso.
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Potencial alta para o Ibovespa
O Santander tem preço-alvo de 140 mil pontos para o Ibovespa ao fim de 2023, o que implica um potencial de valorização de 28,3%. Já o Daycoval considera um target ponderado de 136,500 mil pontos, o que representa um potencial avanço de 24,6%.
O cenário-base considera que, com a eleição do ex-presidente Lula (PT) ou a reeleição de Jair Bolsonaro (PL), não haverá “tumulto” sobre o tripé-macroeconômico. Regime de câmbio e meta de inflação seriam respeitados, assim como a âncora fiscal, comentou o Daycoval.
O Bradesco BBI calcula uma chance de 70% de uma política fiscal sólida após a eleição presidencial no Brasil – o que, na visão do banco, seria benigno para as ações no país.
O banco ainda reiterou sua projeção de 130 mil pontos para o Ibovespa no final do ano – o que representa uma alta de cerca de 19,1%.
*Colaborou Diana Cheng, com informações da Reuters
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