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Concorrente da Ambev (ABEV3) entra com pedido de recuperação judicial

28 mar 2023, 13:15 - atualizado em 28 mar 2023, 13:47
Petrópolis Petra
Grupo Petrópolis entrou com pedido de recuperação judicial em caráter de urgência (Imagem: Site/Petrópolis)

O Grupo Petrópolis, concorrente da Ambev (ABEV3) no mercado brasileiro, entrou com pedido de recuperação judicial, em caráter de urgência, segundo fontes ouvidas pela Reuters. O processo está sob segredo de Justiça.

A notícia foi dada mais cedo por Lauro Jardim, na sua coluna em O Globo. De acordo com a matéria, a dona das marcas das cervejas Itaipava e Petra acaba de apresentar à 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro um pedido de recuperação judicial de suas empresas. Também foram incluídos os braços do grupo que atuam na geração e comercialização de energia e no setor agropecuário, diz.

Segundo a matéria, o Grupo Petrópolis afirma dever cerca de R$ 2,2 bilhões e pede que os bancos Santander, Daycoval, BMG, Sofisa e o fundo Siena sejam obrigados a liberar valores mantidos nas conta do grupo, sem retê-los ante ao pedido de RJ.

Advogados do grupo afirmaram que o grupo está em crise há 18 meses, vendo o volume de vendas cair desde 2021.

O Money Times entrou em contato com o Grupo Petrópolis e, no momento, aguarda o retorno da empresa.

Fundado na cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, o Grupo Petrópolis é o terceiro maior fabricante cervejeiro do Brasil e a maior empresa com capital 100% nacional do setor.

Além de cervejas, a empresa produz outras bebidas alcoólicas e não alcoólicas. Conta com oito fábricas e centros de distribuição espalhados em diversas partes do país.

O Grupo Petrópolis é dono das marcas Itaipava, Cabaré, Petra, Crystal, Lokal, Black Princess, Weltenburger, Brassaria Ampolis (com os rótulos Cacildis, Biritis, Ditriguis e Forévis), vodkas Blue Spirit Ice e Nordka, Cabaré Ice, energéticos TNT Energy Drink e Magneto, refrigerante It!, isotônico TNT Sports Drink e água Petra.

2023, o ano da quebradeira?

A entrada em recuperação judicial do Grupo Petrópolis alonga a lista das empresas que recorreram à justiça neste ano para bloquear o pagamento das dívidas junto aos credores.

O caso mais emblemático até agora (e que segue no processo) é o da Americanas (AMER3). Logo após a detecção de inconsistências contábeis nos resultados, a varejista entrou com um pedido de recuperação judicial à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, aceito no mesmo dia.

O rombo nas contas foi gerado pela omissão, por parte da empresa, dos juros devidos aos bancos, em operações conhecidas no mercado como “risco sacado”.

A repercussão do caso foi tão ruim que levou ao colapso das ações da Americanas. Agência de crédito também acabaram cortando os ratings e investigações na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) foram abertas.

Seguindo o caso da Americanas, outras empresas, como Light (LIGT3) e Marisa (AMAR3), sinalizaram dificuldades em suas operações. Pouco tempo depois de sair da recuperação judicial, a Oi (OIBR3) voltou a apresentar um novo pedido perante a justiça.

Especialistas que conversaram com o Money Times não são unânimes em assegurar se o ano será marcado pela quebra de grandes empresas. Apesar disso, a alta de processo de recuperações judiciais e extrajudiciais já é uma realidade.

Max Mustrangi, sócio-fundador da Excellance, butique especializada na recuperação da performance financeira de empresas, diz que, por enquanto, 2023 está sendo o ano da recuperação judicial.

“A quebradeira é mais para frente. A RJ se mostra um instrumento de postergação de falência”, afirma.

Com Renan Dantas. Matéria com informações de Reuters e O Globo.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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