Economia

Coronavírus terá efeito temporário na economia, diz presidente do Banco do Brasil

06 mar 2020, 17:12 - atualizado em 06 mar 2020, 17:13
Segundo Rubem Novaes, a epidemia, que afeta diversos países é séria e vai paralisar algumas atividades,o que vai gerar problemas para determinados setores (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Rubem Novaes, disse hoje (6) que a epidemia do Covid-19, o novo coronavírus, terá reflexos na economia brasileira, mas que o efeito será passageiro.

Ele destacou que economistas do Banco Central e da equipe econômica do governo têm avaliado que o surto pode ter um impacto no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) da ordem de 0,5%.

Segundo o presidente do BB, a epidemia, que afeta diversos países, entre os quais China, Coreia do Sul, Itália, Estados Unidos e Brasil, é séria e vai paralisar algumas atividades, o que vai gerar problemas para determinados setores.

“Mas isso é um fenômeno temporário, vai demorar três meses, quatro meses. Depois, a vida continua normalmente”, disse Novaes, em palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro. Para ele, está havendo “um certo excesso de pânico” em relação ao coronavírus.

Rubem Novaes comentou o resultado do PIB, que fechou o ano passado com crescimento de 1,1% frente a 2018. O resultado foi alcançado após a variação do quarto trimestre de 2019, que teve alta de 0,5% na comparação com o período anterior.

Na comparação com o mesmo trimestre de 2018 houve elevação de 1,7%.Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (4).

“As estatísticas mostram que o que puxou o PIB para baixo foi o setor de governo. As despesas de governo é que, caindo, puxam o PIB para baixo. Isso mostra que o governo está se ajustando.

Uma contração das despesas públicas é algo necessário. O setor privado, a parte mais saudável da economia, mais eficiente, está crescendo acima de 2%”, afirmou o presidente do BB.

Renegociação de dívidas

O Banco do Brasil e a Associação Comercial do Rio de Janeiro assinaram nesta sexta-feira acordo de cooperação técnica para o lançamento da campanha Vem que Dá, voltada para a negociação de dívidas das micro, pequenas e médias empresas sediadas no estado do Rio.

A ação conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Rio) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ).

Durante o período da campanha, que começa segunda-feira (9) e vai até o dia 27 deste mês, o banco vai oferecer propostas pré-aprovadas, com descontos de até 92% para liquidação à vista, de acordo com as condições do cliente e das operações de crédito. Também haverá a possibilidade de pagamento a prazo em 36 prestações mensais fixas.

Ao todo, 21 mil clientes pessoa jurídica do Banco do Brasil no estado fluminense que têm dívida com a instituição financeira estão aptos a participar das renegociações.

Para divulgar a possibilidade de renegociação das dívidas, serão feitas palestras entre 9 e 17 deste mês, no Rio de Janeiro, em Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Duque de Caxias, Niterói, Volta Redonda, Três Rios, Itaperuna e Campos.

No dia seguinte aos encontros, os empresários terão atendimento personalizado e agendado na entidade onde foi realizada a palestra.

O Banco do Brasil também anunciou a negociação de débitos existentes na linha de crédito BNDES PER, programa emergencial de reconstrução de municípios afetados por desastres naturais.

Os empresários com débitos existentes nessa linha de crédito também poderão repactuar suas operações por até 120 meses.

O Banco do Brasil também anunciou a negociação de débitos existentes na linha de crédito BNDES PER (Imagem: Money Times)

Para a presidente da Associação Comercial, Angela Costa, a parceria vai estimular a economia fluminense, possibilitando investimentos para gerar emprego e renda.

“Essa campanha é muito importante, porque as empresas que têm pendências ficam sem acesso a novos créditos. O acordo vai permitir a renegociação em condições atrativas, incluindo as dívidas já ajuizadas.”

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