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Corretora BitMEX é novamente acusada de lavagem de dinheiro e manipulação de mercado

17 nov 2020, 15:08 - atualizado em 17 nov 2020, 15:08
E as acusações contra a BitMEX continuam; muitas pessoas afirmam terem sido lesadas pela corretora  (Imagem: Twitter/BitMEX)

A controversa corretora de derivativos cripto BitMEX e seus fundadores são novamente alvo de um processo judicial que alega extorsão, lavagem de dinheiro e manipulação de mercado.

Păun Gabriel-Razvan, um residente de Bucareste, na Romênia, enviou o processo a um tribunal da Califórnia na última sexta-feira (13).

Ele alega que HDR Global Trading Limited, a operadora da BitMEX, os fundadores da corretora Arthur Hayes, Ben Delo e Samuel Reed, além de outros de terem realizado e facilitado atividades de extorsão, “gerando uma receita de bilhões de dólares em lucros ilegais às Acusadas”.

A acusação vem um mês após um processo parecido contra a BitMEX e seus fundadores ter sido enviado por Dmitry Dolgov, residente de Moscou, na Rússia. Tanto Dolgov como Gabriel-Razvan são representados pelo mesmo advogado: Pavel Podogin.

“Pavel Pogodin da empresa ‘Consensus Law’ continua a realizar diversas acusações contra nós e outros no setor cripto”, afirmou um porta-voz da BitMEX ao The Block.

Como mencionamos anteriormente, infelizmente, Sr. Pogodin opera assim como um ‘troll’ de patentes, enviando acusações ‘copiadas e coladas’ contra nós com base em informações aleatórias e coletadas da internet.

Lidaremos com isso por meio de um processo normal de litigância e continuamos bem confiantes de que os tribunais verão quem eles realmente são.

A nova acusação de 197 páginas afirmam que os acusados se esquivaram dos requisitos de conheça seu cliente (KYC) ou antilavagem de dinheiro (AML) e aceitaram “fundos ilimitados de qualquer um, sem nunca realizarem perguntas”.

Por conta dessa falta de supervisão, “hackers, evasores fiscais, lavadores de dinheiro, contrabandistas e traficantes foram até a BitMEX, invadindo a plataforma com dinheiro pronto para investimento”, afirma o processo.

BitMEX alega litigância; a acusação mais recente visa obter três vezes a quantia do prejuízo (Imagem: VCC Exchange)

A acusação de Gabriel-Razvan também afirma que a “BitMEX participa e se beneficia financeiramente da manipulação de mercado e da lavagem de dinheiro por meio de sua mesa de negociação interna, direta e indiretamente” e descreve um exemplo bem específico de como isso acontece:

Um lavador de dinheiro (a Acusada) abre duas contas na corretora — uma conta secundária em uma ou mais corretoras usadas pela BitMEX para calcular seu preço de índice (Coinbase Pro, Kraken e Bitstamp) e uma conta principal na BitMEX.

O lavador de dinheiro compra uma grande posição alavancada de derivativos na BitMEX e imediatamente executa ordens de mercado da conta secundária com diferença de preço [“slippage”] máxima para movimentar o preço de índice em uma direção favorável.

Gabriel-Razvan afirma ter sofrido “muito prejuízo” em uma quantia que ainda será comprovada no tribunal. “A Requerente sofreu prejuízo de propriedade […] e exige três vezes o valor dos prejuízos e despesas judiciais.”

Pogodin contou ao The Block que Gabriel-Razvan foi “defraudado em 247.94 bitcoins”, atualmente equivalentes a US$ 4,2 milhões.

“Segundo a lei aplicável, buscamos recuperar três vezes essa quantia US$ 12,6 milhões), além de juros, custos e honorários advocatícios. Além disso, buscamos por danos punitivos de US$ 50 milhões pela lei da Califórnia”, afirmou Pogodin.

Ele explicou que mais “vítimas defraudadas” da BitMEX virão à tona e “mais processos judiciais estão sendo preparados e serão enviados em breve”. Pogodin já havia enviado acusações parecidas contra as empresas cripto Ripple e FTX.

Enquanto isso, BitMEX e seus fundadores também receberam uma acusação dupla do governo americano.

O Departamento de Justiça (DoJ) e a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) dos EUA os acusaram de operar uma plataforma de negociação não registada, violando regulamentações de KYC e AML, bem como a Lei de Sigilo Bancário.

Quais regulamentações se aplicam
a corretoras descentralizadas?

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