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CPFL Energia (CPFE3) enxerga “explosão” de clientes na geração distribuída

11 nov 2022, 13:10 - atualizado em 11 nov 2022, 13:10
“É bem claro que este ano foi uma explosão de novos clientes colocando ‘GD’, a gente tem uma média aqui de mais de 17 mil clientes por mês pedindo ligação de ‘GD'” (Imagem: REUTERS/Thilo Schmuelgen)

A CPFL Energia (CPFE3) tem observado neste ano um aumento muito acelerado de clientes de suas cinco distribuidoras solicitando a conexão de sistemas de geração distribuída, como placas solares instaladas em telhados, disse nesta sexta-feira o CEO da elétrica, Gustavo Estrella.

“É bem claro que este ano foi uma explosão de novos clientes colocando ‘GD’, a gente tem uma média aqui de mais de 17 mil clientes por mês pedindo ligação de ‘GD'”, afirmou, durante teleconferência para comentar os resultados do terceiro trimestre.

Segundo ele, a companhia prevê encerrar o ano com cerca de 6% da carga de energia de suas distribuidoras no mercado cativo vindo da geração distribuída, em um movimento puxado por uma migração para a tecnologia de consumidores residenciais.

“É um número muito elevado, a gente jamais imaginou que isso poderia acontecer em um período tão curto”, comentou Estrella.

A geração distribuída de energia vem crescendo no Brasil desde 2018, mas essa expansão ganhou um novo patamar neste ano, com uma corrida dos consumidores para garantir a manutenção de benefícios tarifários após a promulgação do mercado regulatório do segmento.

Com isso, em 2022 o volume de sistemas instalados já passou a ser expressivo no consumo total do mercado regulado de energia.

Esse crescimento acelerado da tecnologia também levou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a estudar o retorno do horário de verão.

O presidente da CPFL disse se preocupar com o aumento dos subsídios a consumidores que detêm esses sistemas de geração.

Há um projeto de lei em discussão no Congresso que postergaria em mais um ano a manutenção dos benefícios atuais a novos sistemas de geração distribuída.

Segundo ele, subsídios à tecnologia –bancados pela conta de luz dos brasileiros– já custariam quase 5 bilhões de reais, valor superior aos 3,4 bilhões de reais calculados para subsídios a consumidores de baixa renda.

“É um contrassenso focar esforços em um tipo de subsídio que além de pegar um universo muito menor de clientes, pega exatamente os clientes que têm mais alta renda, que têm capacidade de instalação de placa solar”.

Novos Negócios

Em relação a novas oportunidades de crescimento, o CEO afirmou que a companhia deve participar do leilão de projetos de transmissão de energia marcado para 16 de dezembro, e também tem uma “boa expectativa” para certames do segmento em 2023.

Questionado sobre o processo de venda da distribuidora Amazonas Energia, Estrella disse que a CPFL não teria interesse em avaliar “em um primeiro momento”.

O grupo Oliveira Energia está conversando com investidores para uma potencial venda do controle da distribuidora do Amazonas, em meio a dificuldades financeiras da concessionária que persistem após quatros anos de sua privatização, segundo fontes.

Estrella disse ainda que a CPFL tem condições de continuar equilibrando pagamento de dividendos com novas oportunidades de crescimento, dada a alavancagem do balanço “estruturalmente baixa”.

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