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CVC (CVCB3) vai desabar? CEO renuncia em meio à crise da empresa

24 maio 2023, 19:36 - atualizado em 30 maio 2023, 9:42
Leonel Andrade
Andrade assumiu a presidência da CVC ainda em 2020, dias após a companhia ter revelado erros em sua contabilidade (Imagem: Divulgação)

O CEO da CVC (CVCB3), Leonel Andrade, renunciou ao cargo, mostra fato relevante enviado ao mercado nesta quarta-feira (24).

Segundo o documento, Andrade se dedicará a assuntos pessoais. Até lá, de forma a assegurar a continuidade das operações da companhia, o conselho de administração criou um comitê de transição, que será liderado pelo conselheiro Sandoval Martins, cujas atividades se iniciam a partir de amanhã.

A renúncia vem após o antigo diretor financeiro e de relações com investidores Marcelo Kopel também renunciar em abril. As posições estavam sendo acumuladas por Andrade.

Períodos turbulentos da CVC

Andrade assumiu a presidência da CVC ainda em 2020, dias após a companhia ter revelado erros em sua contabilidade. O executivo chegou à empresa com a missão de colocar a casa em ordem: a questão contábil de R$ 362 milhões se misturou à pandemia do coronavírus, que atingiu em cheio o setor.

“Eu tenho muito orgulho de dizer que a CVC nunca atrasou uma obrigação financeira, tem caixa suficiente e capacidade de honrar o compromisso com os clientes. Na hora que o mercado voltar, nós vamos estar muito fortes e firmes para atender todos os clientes”, afirmou Andrade em entrevista para o Money Times concedida ainda em 2020.

Porém, o boom no turismo não chegou, com a Taxa Selic nas alturas pressionando empresas endividadas, como a CVC, além de prejudicar o consumo dos brasileiros.

Sem condições de honrar seus compromissos, a companhia até conseguiu um acordo com os debenturistas sobre os principais termos e condições de reperfilamento dos títulos de dívida.

Porém, até o momento, a ação ainda não reagiu. Só nesta sessão, o papel caiu mais 7%. No ano, a operadora de turismo acumula queda de 33,88%, a R$ 2,81.

Agências de classificação de risco, como a S&P, rebaixaram o rating para calote após a operação.

No primeiro trimestre de 2023, a empresa reportou prejuízo líquido de R$ 128 milhões, melhora de 23% em relação ao mesmo período do ano passado quando a operadora de turismo obteve número negativo de R$ 166 milhões.

Já a receita líquida ficou praticamente estável, a R$ 295 milhões.

Segundo a CVC, o número foi impactado pelo crescimento das reservas, em parte contraposto pelos efeitos no take rate decorrente de mix de negócios e de produtos, especialmente na operação brasileira, como o aumento das vendas de produto marítimo, embarques de produtos vendidos na Black Friday e menor ocupação em produtos exclusivos.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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