Internacional

De artilheiro a ministro, Martín Guzmán busca salvar economia argentina

15 dez 2020, 10:31 - atualizado em 15 dez 2020, 10:31
Hoje com 38 anos, Guzmán mantém o mesmo foco para seu novo desafio: administrar a terceira maior economia da América Latina (Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)

Quando Martín Guzmán fazia um PhD em economia na Brown University dos Estados Unidos, ele e dois amigos argentinos formavam parte do time de futebol de seu departamento e chegaram à final do torneio.

Perdendo de 1 x 0, o atual ministro da Economia da Argentina fez um gol de empate, mas se machucou, disse seu ex-colega de time, Martín Fiszbein, à Reuters.

“Ele disse ‘meu pé está me matando’. Eu lhe disse para conseguir um reserva. Ele me olhou e disse: ‘De jeito nenhum'”, contou Fiszbein. Guzmán fez um segundo gol que garantiu uma vitória de 2 x 1 e depois foi para o hospital, onde soube que tinha uma fratura dupla que exigiria uma cirurgia.

Hoje com 38 anos, Guzmán mantém o mesmo foco para seu novo desafio: administrar a terceira maior economia da América Latina.

No cargo há um ano, ele tem a reputação de ser um tecnocrata inabalável e progressista – embora também seja acusado de intervencionismo às vezes – enquanto lida com uma reestruturação de dívida e uma recessão prolongada exacerbada pela Covid-19.

Embora não faça mais gols, na maioria dos dias ele levanta de madrugada para uma corrida no parque, e acaba jantando no ministério na maioria das noites da semana. “O dia nunca termina de verdade”, disse ele à Reuters.

Enfrentando uma contração econômica que começou em 2018 e aumento da pobreza, Guzmán está tentando engendrar uma recuperação que espera começar na primeira metade de 2021.

Na quinta-feira, depois de realizar uma videoconferência com o empresário Paolo Rocca, um dos homens mais ricos da Argentina, Guzmán visitou a fábrica têxtil “Azul e Amarelo”, no polo industrial de San Martín, nos arredores da capital, para se encontrar com cerca de uma dúzia de chefes de pequenas e médias empresas.

Alguns deles podem ter apoiado o ex-presidente de centro-direita, Mauricio Macri, e não votado no chefe de Guzmán, Alberto Fernández, do movimento peronista que conquistou a Presidência em 2019, uma guinada para a esquerda.

O ministro e os líderes empresariais trataram de temas espinhosos, como a taxa de câmbio, impostos, os custo altos da força de trabalho e a reestruturação do fundo soberano que Guzmán negociou no ano passado – tudo de olho em 2021, quando ele espera uma expansão econômica de 5% na esteira da contração de quase 11% prevista por analistas particulares para este ano.

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