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De olho no boi: Arroba ‘seca’ com preços em queda livre em meio a ‘ressaca’ dos frigoríficos

18 ago 2023, 16:32 - atualizado em 18 ago 2023, 16:32
Boi gordo minerva
Níveis de disponibilidade interna de carne bovina estão nos maiores patamares desde julho de 2019; preços do boi derretem (Foto: Minerva)

Os preços da arroba do boi seguem em uma curva de queda nas principais praças do Brasil.

Nesta semana, o destaque do “De olho no boi” fica para a “ressaca” dos frigoríficos após os resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23).

Para entender o retrato atual de preços, oferta, demanda e custos, o Agro Times conversou com Felipe Fabbri, analista de mercado e da cadeia de produção animal na Scot Consultoria, Magno Cavalcante, gestor comercial de carnes, e Pedro Fonseca, analista de Agro, Alimentos e Bebidas na XP Investimentos

Arroba do boi e preços no atacado

Fabbri explica que a semana foi de queda para arroba do boi gordo, com o Dia dos Pais não sendo suficiente para enxugar os estoques.

“Essa falta de vendas de carnes limita possíveis alta das referências atuais para o boi gordo”, comenta.

Boi Gordo – R$/@ – Safras & Mercado (a prazo) 17/ago. 10/ago. Variação (%)
SP – Aracatuba R$ 215,00 R$ 225,00 -4,44%
SP – Barretos R$ 210,00 R$ 225,00 -6,67%
SP – Andradina R$ 215,00 R$ 225,00 -4,44%
SP – Bauru R$ 215,00 R$ 230,00 -6,52%
SP – Santa Fé R$ 215,00 R$ 225,00 -4,44%

No mercado atacadista de carne com osso, foi mais uma semana de queda nos preços.

“As cotações da vaca e da novilha casa caíram 1,9% e 1,7%, negociadas em R$ 13,25/kg e R$ 14,15/kg, respectivamente. Para os machos, o preço da carcaça casa de bovinos castrados caiu 2,3%, negociada a R$ 15,14/kg. Para a carcaça de bovinos inteiros, houve queda de 2,7%, precificada em R$ 13,63/kg”, diz Fabbri.

Cortes no atacado Base SP – (Safras & Mercado) 17/ago. 10/ago. Variação
Dianteiro casado R$ 13,00 R$ 13,40 -2,99%
Traseiro casado R$ 17,15 R$ 17,85 -3,92%
Ponta de agulha R$ 12,70 R$ 13,20 -3,79%

Além disso, o analista da Scot Consultoria ressalta que os níveis de disponibilidade interna de carne bovina estão nos maiores patamares desde julho de 2019, o que explica esse movimento de queda.

Varejo

De acordo com Cavalcante, a semana passada, com o Dia dos Pais, foi um período de “desova de estoques”. Por conta disso, nesta semana, os preços se posicionaram no varejo.

Os preços avançaram para R$ 35,90 o quilo de contra filé, com objetivo de equilibrar as margens em virtude dos estoques. No entanto, algumas praças que contam com estoques do produto comercializam os preços em promoção a R$ 27,90.

“Ainda com vendas reprimidas, o varejo continua sua saga, com dificuldades de venda. Porém, o foco se volta para as negociações de investimentos com indústrias em busca de composição na entrega de resultados”, explica.

Segundo o gestor, os frigoríficos continuam dando vazão aos estoques e não devem mexer com grandes volumes de abate de boi.

“O comprador que busca boiada barata acaba aproveitando o momento, mas sem grandes volumes de compra, já que a tendência é de uma queda nos preços”, diz.

Os dias depois dos resultados para os frigoríficos

De acordo com Pedro Fonseca, da XP, o segundo trimestre de 2023 (2T23) foi desafiador para os frigoríficos brasileiros.

“As empresas com operações no Estados Unidos refletiram as condições desbalanceadas de oferta e demanda de aves e suínos, além da virada no ciclo do gado que reduziu a disponibilidade de gado vivo para abate, elevando os custos. No Brasil, o trimestre também foi afetado por uma dinâmica parecida de oferta e demanda desequilibrada de aves e suínos. No lado positivo, o ciclo do gado no Brasil continuou positivo, com ampla oferta de gado para o abate, o que fez com que as margens das operações de carne bovina fossem acima das expectativas no trimestre”, resume.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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