Eleições 2022

Debate na Globo: Lula ganhou de lavada de Bolsonaro? Veja o que dizem especialistas

29 out 2022, 1:07 - atualizado em 29 out 2022, 1:44
Lula e Bolsonaro
(Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O último debate antes do fim do segundo turno, realizado pela TV Globo, acabou com um vencedor claro, na visão de cientistas políticos ouvidos pelo Money Times. Para os especialistas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se saiu melhor que seu oponente, Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com o cientista político e professor do Mackenzie, Rodrigo Prando, Bolsonaro parecia mais nervoso, enquanto Lula, que lidera a maioria das pesquisas, estava mais tranquilo.

“Acredito que o ex-presidente se saiu vitorioso. Se fosse na base de 10, acho que Lula tirou um 6, se aproximando até de um 7, enquanto o Bolsonaro ficaria um 4 ou 3″, argumenta.

O especialista lembra que Lula focou em temas relacionados à economia, como a questão do salário-mínimo. “Ele também quis encurralar o Bolsonaro nas questões relacionadas ao Covid“, coloca

Já Bolsonaro atacou Lula explorando casos de corrupção, questionando as prisões dos ex-ministros do governo petista e chamando o ex-presidente de mentiroso e ‘descondenado’.

A cientista política da Universidade Federal do Paraná, Sandra Avi dos Santos, coloca que Lula passou a maior parte do debate se defendendo das acusações, “às vezes até infundadas, restando muito pouco tempo para apresentar seus projetos de governo”.

Em sua visão, no geral, Lula se saiu melhor, “pois tentou falar, com os eleitores que recebem o Auxílio Brasil que tem tendência em votar em Bolsonaro, mas ainda não estão convictos. E nas poucas oportunidades que conseguiu se desvencilhar do seu opositor, conseguiu apresentar algumas propostas, mas sem aprofundamento”.

Prando também diz ainda que o ex-presidente conseguiu administrar melhor o tempo, diferente do debate da Band.

“Ele não ficou escutando o Bolsonaro falar e ocupou bem o cenário. Bolsonaro falou para Lula ficar perto, e Lula respondeu que não queria ficar perto atual presidente. Ou seja, ele deu uma resposta que muita gente considerou positiva. E, no final, Bolsonaro falou para dar a ele mais um mandato de deputado federal, ao invés de presidente, que mostrou o seu nervosismo”, destaca.

Pesquisas qualitativas também indicam vitória de Lula

As pesquisas realizadas pelos institutos de pesquisa para medir a reação do eleitor indeciso também apontaram para vitória de Lula.

De acordo com o Instituto AtlasIntel, Lula venceu todos os quatro blocos do debate. Segundo o levantamento, Lula havia vencido no primeiro e no segundo bloco. Após o terceiro bloco, o ex-presidente seguiu à frente, com 57,1%, enquanto o atual presidente ficou com 26,7%.

Já no quarto bloco, a vantagem do petista diminuiu, caindo a 51,5%, enquanto Bolsonaro recuperou-se, mas seguiu atrás, ficando com 33,7%.

Em outro monitoramento, agora realizada pela Quest, Bolsonaro liderou as menções negativas nas redes.

O debate muda votos?

Para os especialistas, os debates não mudam votos, mas podem trazer eleitores indecisos. Segundo Sandra, considerando o desempenho dos candidatos, Lula pode ganhar alguns votos de hoje até domingo, a depender da repercussão nas redes sociais.

“Bolsonaro falou para os seus mais uma vez, parece que não focou em ganhar os indecisos e nem os que se abstiveram no primeiro turno. Lula também falou para os seus, não perdeu voto, mas tentou atingir parcela dos indecisos”, observa.

Outra pesquisa, também realizada pela Atlas Intel, mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu atrair para si a maioria dos eleitores indecisos que votaram em Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT).

Segundo a pesquisa qualitativa conduzida pela Atlas Intel com eleitores indecisos, após o fim do debate, 61% dos indecisos que votaram em Tebet declararam que tendem a apoiar Lula, ante 35% que tendem ao presidente Jair Bolsonaro. Outros 3% seguem indecisos.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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